De acordo com um estudo publicado em 13 de abril na revista Nature Plants, um grupo internacional de cientistas da Universidade de Leiden, nos Países Baixos, descobriu que as plantas anuais têm um gene especial, o AHL15, que lhes permite se tornarem vivazes.
As plantas anuais são todas aquelas que germinam, crescem, florescem e morrem no período de aproximadamente um ano. Isso acontece, por exemplo, com o arroz, trigo e outros grãos.
AHL15
A equipe liderada por Remko Offringa identificou o gene AHL15, que eles chamaram de gene de "rejuvenescimento", na planta Arabidopsis thaliana, muito utilizada em estudos genéticos, e que foi a primeira planta a ter seu genoma completamente sequenciado.
Os cientistas apuraram que é o gene AHL15 que determina se a planta será capaz ou não de continuar vivendo após a floração.
As plantas se desenvolvem através de pontos de crescimento: grupos de células-tronco que formam novos caules com folhas ou flores. Nas perenes ou vivazes, aquelas cujo ciclo de vida é mais longo, alguns pontos de crescimento ficam ativos após a floração, permitindo que as plantas cresçam na estação seguinte, assegurando-lhes pelo menos dois ciclos sazonais.
Ao invés, isso não acontece nas plantas anuais, que morrem depois de florirem e frutificarem.
Os pesquisadores conseguiram de seguida estabelecer que, se o gene AHL15 for desativado, a vida das plantas vivazes se torna mais curta. Mas se o gene, pelo contrário, for estimulado, as plantas florescem várias vezes.
Utilidade para ciência e agricultura
Segundo os cientistas, a descoberta vai responder à questão de saber por que é que algumas plantas se tornaram anuais e outras perenes ao longo da evolução.
Além disso, poderia ajudar a tornar a agricultura mais eficiente. A manutenção do funcionamento de certos grupos de células-tronco em plantas anuais, como arroz ou trigo, permitiria que as plantas continuassem a crescer após a colheita.