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Gestão Mandetta foi positiva e Bolsonaro errou ao trocá-lo, diz especialista

© Folhapress / Pedro LadeiraO presidente Jair Bolsonaro anuncia o novo ministro da saúde Nelson Teich, no Palácio do Planalto.
O presidente Jair Bolsonaro anuncia o novo ministro da saúde Nelson Teich, no Palácio do Planalto. - Sputnik Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (16) a demissão de Luiz Henrique Mandetta do comando do Ministério da Saúde.

Para substituí-lo, Bolsonaro escolheu o oncologista Nelson Teich para ser o cargo.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e fundador da Anvisa (Agência Nacional de Saúde), elogiou a atuação de Mandetta no comando da pasta.

"Eu acho que foi positivo [o trabalho de Mandetta], entre mortos e feridos, foi positivo. Ele conseguiu fazer algumas coisas, acho que cometeu erros. Como em um determinado momento em que disse para não tentar fazer vacina porque isso é coisa de país rico. Ele estava errado, principalmente um país como o Brasil que tem uma belíssima capacidade de desenvolvimento científico e tecnológico. Mas de uma forma geral, ele resistiu às bobagens do Bolsonaro e isso foi muito importante", disse.

Gonzalo Vecina Neto classificou a troca no comando do Ministério da Saúde em meio à pandemia da COVID-19 como um equívoco por parte de Bolsonaro.

"Um erro, o chefe [Bolsonaro] errou em todos os momentos. Não orientou, criou problemas para a população entender o que estava acontecendo, incentivou a população a sair às ruas, nós estamos mais do que seguros de que é fundamental a quarentena e ele não deu bola para isso", afirmou.

No entanto, para o especialista, a troca no comando do Ministério da Saúde pode não significar um afrouxamento nas políticas de isolamento social que vinham sendo recomendadas pelo Ministério da Saúde.

"Os estados são soberanos nisso, a Constituição brasileira fala isso. O SUS [Sistema Único de Saúde] não é federal, o SUS é municipal e gerenciado pelos estados, isso não vai mudar, vai continuar igual. Ele não vai poder mandar os estados fazerem alguma coisa, não tem como. Eu não acredito que vá ter nenhum tipo de transformação, os estados são responsáveis por isso", completou Gonzalo Vecina Neto.

Nesta quarta-feira (15), os ministros do Supremo Tribunal Federal votaram a favor de que os governos estaduais e municipais possam editar normas próprias para definir isolamento, quarentena e restrição de transporte e trânsito em rodovias.

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