Além da possibilidade de ter ocorrido antes, a primeira disseminação do coronavírus pode ter acontecido mais ao sul da China e não na região central de Hubei, de acordo com uma equipe de cientistas liderados pela Universidade de Cambridge, informa o jornal South China Morning Post.
Os pesquisadores examinaram um grande número de estirpes provenientes de todo o mundo, calculando que a propagação do coronavírus ocorreu em uma janela de tempo entre 13 de setembro e 7 de dezembro.
"O vírus pode ter sofrido uma mutação para sua forma 'eficiente em humanos' meses antes, mas continuou em um morcego, outro animal ou até mesmo em uma pessoa por vários meses sem infectar outros indivíduos", afirmou nesta quinta-feira (16) Peter Forster, geneticista da Universidade de Cambridge.
A equipe analisou as estirpes usando uma rede filogenética - um algoritmo matemático que pode mapear o movimento global de organismos através da mutação de seus genes.
Os pesquisadores buscavam localizar o paciente zero, e, desta forma, ajudar seus colegas na China, mas alguns sinais iniciais demonstravam que deveriam olhar mais para o sul da China.
"O que reconstruímos na rede foi o primeira proliferação significante entre seres humanos", afirma Forster. "Se for pressionado a responder, eu diria que a propagação inicial provavelmente começou no sul da China e não em Wuhan".
"Mas a prova só pode vir da análise de mais morcegos, possivelmente de outros potenciais animais hospedeiros, e de amostras de tecidos conservados em hospitais chineses entre setembro e dezembro".
O geneticista comenta que este tipo de projeto de pesquisa ajudará a compreender como prevenir novas epidemias como essa futuramente.
