O documento diz que o "Fórum Nacional de Governadores" está ao lado de Maia e Alcolumbre "diante das declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a postura dos dois líderes do Parlamento brasileiro, afrontando princípios democráticos que fundamentam nossa nação".
Na quinta-feira (16), dia em que Bolsonaro demitiu Luiz Henrique Mandetta do cargo de ministro da Saúde, Bolsonaro deu entrevista à rede CNN Brasil criticando por várias vezes Rodrigo Maia. O chefe de Estado disse que a atuação do parlamentar era "péssima" e parecia que tinha a intenção de "tirar" Bolsonaro do "governo".
Neste domingo (19), Bolsonaro participou de ato em Brasília pedindo o fim do isolamento social para combater a disseminação do coronavírus, mas que também defendia pautas como uma intervenção militar e o fechamento do Congresso.
Em 15 de março, início da crise da epidemia no Brasil, o presidente também participou de ato contra a Câmara e o Senado. Após críticas de Maia e Alcolumbre, ele disse que os dois deveriam "ir às ruas" para ver como seriam "recebidos".
'Atenção às necessidades dos estados e municípios'
A carta assinada pelos governadores elogia o "empenho" dos presidentes da Câmara e do Senado na crise do coronavírus.
"Nesse momento em que o mundo vive uma das suas maiores crises, temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm se conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos estados, do Distrito Federal e dos municípios brasileiros", afirma o comunicado.
O Congresso tem discutido maneiras de minimizar os efeitos econômicos da crise provocada pela COVID-19, por exemplo prestando socorro financeiro a estados e municípios, medida criticada por Bolsonaro.
O documento diz ainda que as ações diante da epidemia são pautadas pela "ciência" e "orientações de profissionais da saúde".
"Nossa ação nos estados, no Distrito Federal e nos municípios tem sido pautada pelos indicativos da ciência, por orientações de profissionais da saúde e pela experiência de países que já enfrentaram etapas mais duras da pandemia, buscando, neste caso, evitar escolhas malsucedidas e seguir as exitosas", afirma a carta.
Governadores defendem ações de 'salvaguarda da população'
Além disso, o comunicado diz que não existem "conflitos inconciliáveis" entre proteger a população e a economia.
"Não julgamos haver conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos", afirma a carta.
O documento é assinado pelo governador de Alagoas, Renan Filho; do Amapá, Waldez Goés; da Bahia, Rui Costa; do Ceará, Camilo Santana; do Espírito Santo, Renato Casagrande; de Goiás, Ronaldo Caiado; do Maranhão, Flávio Dino; do Mato Grosso, Mauro Mendes; do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja; do Pará, Helder Barbalho; da Paraíba, Paulo Câmara; de Pernambuco, Wellington Dias; do Rio de Janeiro, Wilson Witzel; do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra; do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; de Santa Catarina, Carlos Moisés; de São Paulo, João Doria; de Sergipe, Belivaldo Chagas; e do Tocantins, Mauro Carlesse.