Com a liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para pesquisas com a substância, um estudo, com investimento inicial de R$ 2 milhões, será realizado por um grupo de mais de 30 pesquisadores brasileiros.
O mesmo princípio ativo está sendo usado em pesquisa feita pelo governo, de acordo com informações do ministro da Ciência e Tecnlologia, Marcos Pontes. O medicamento, que é um vermífugo, é comercialmente conhecido como Anitta.
Se por um lado liberou as pesquisas, a Anvisa, temendo uma corrida às farmácias, incluiu o remédio na lista de substâncias controladas.
A empresa Farmoquímica está desenvolvendo o projeto, que em sua primeira fase deve durar pelo menos três semanas.
Caso os resultados forem positivos, o medicamento será testado pelos pesquisadores em cerca de 400 pacientes.
"A gente ainda não sabe quais os efeitos colaterais em pacientes com COVID-19, porque é uma doença nova. Estamos trabalhando um produto diferente. Queremos descobrir se ela é capaz de inibir o vírus em um indivíduo doente", disse Vinícius Blum, médico da Farmoquímica, em entrevista para o portal UOL.
'Otimismo é grande'
A nitazoxanida tem resultado eficaz no tratamento de doenças como influenza, ebola e outros vírus respiratórios.
A substância foi testada em quatro linhagens do coronavírus nos Estados Unidos, segundo os pesquisadores, diminuindo o tempo de recuperação em três dias nos pacientes que receberam doses diárias do remédio.
"Esse medicamento deve ser eficaz, porque os estudos mostram isso. O otimismo é grande. Mas isso não coloca ninguém para fora do hospital. Precisamos manter os pés no chão", afirmou Vinícius Blum.