Naufrágio de 1630 pode revelar 'berço da globalização' no comércio (FOTO)

CC BY 2.0 / Erik Cleves Kristensen / NaufrágioNaufrágio no fundo marítimo (imagem referencial)
Naufrágio no fundo marítimo (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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A descoberta de um navio que naufragou no Mediterrâneo aproximadamente em 1630 mostra o que teria sido o "começo da globalização" do comércio.

Um grupo de pesquisadores britânicos sugere que a carga da embarcação mostra o gosto marcado pelas culturas orientais nos costumes do mundo ocidental, informa o The Guardian.

Entre os objetos encontrados se destacam algumas peças feitas de porcelana chinesa, sendo 360 taças decoradas, pratos e uma garrafa feita em Jingdezhen (conhecida como a capital da porcelana) durante o reinado do imperador chinês Chongzhen, que governou de 1627 a 1644.

​Naufrágio no Mediterrâneo revela "início da globalização" no comércio. Ohhhh toda essa cerâmica adorável.

Embora os itens tenham sido concebidos para o consumo de chá, os cientistas acreditam que os otomanos os adaptaram para o consumo do café, que era a nova tendência no Oriente.

Em um dos porões do barco foram encontrados os primeiros cachimbos de argila da época do Império Turco.

"Ao fumar tabaco e beber café nos botequins otomanos, a ideia de recreação e de uma sociedade educada, que é uma marca da cultura moderna, ganhou vida", explicou Sean Kingsley, pesquisador britânico.

Ele ressaltou que mesmo que a Europa pudesse ser pioneira nas "noções de civilização", as taças e as cafeteiras encontradas provam que o "Oriente bárbaro" foi o precursor, já que a primeira cafeteria de Londres apenas foi aberta em 1652.

"Os bens e pertences das 14 culturas e civilizações descobertas, que se estendem por um lado do globo: China, Índia, golfo Pérsico e mar Vermelho, e a oeste do Norte da África, Itália, Espanha, Portugal e Bélgica, são notavelmente cosmopolitas para a navegação pré-moderna em qualquer época", acrescentou.

A embarcação tinha 43 metros de comprimento e transportava uma carga de quase 1.000 toneladas, sendo qualificada como uma das descobertas mais incríveis no Mediterrâneo.

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