Em publicação feita na madrugada desta terça-feira (22) no Twitter, na qual chama seguidores a lerem texto de sua autoria em seu blog, ele diz que "não bastasse o coronavírus, precisamos enfrentar também o comunavírus".
Não bastasse o Coronavírus, precisamos enfrentar também o Comunavírus.
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) April 22, 2020
No meu blog, analiso o livro "Virus" de Slavoj Žižek e seu projeto de usar a pandemia para instaurar o comunismo, o mundo sem nações nem liberdade, um sistema feito p/ vigiar e punir:https://t.co/LYsfO2K9fg
O artigo escrito pelo ministro das Relações Exteriores é um comentário crítico de um ensaio do filósofo esloveno Slavoj Zizek publicado na Itália.
A publicação do chanceler começa afirmando que o "coronavírus nos faz despertar novamente para o pesadelo comunista". Em seguida, faz a corruptela como o nome do vírus: "chegou o comunavírus".
Depois, Araújo diz que o "livreto" de Zizek, intitulado "Vírus", "revela aquilo que os marxistas há trinta anos escondem: o globalismo substitui o socialismo como estágio preparatório ao comunismo".
Crítico do globalismo, o chanceler afirma ainda que a "pandemia do coronavírus representa, para ele [Zizek], uma imensa oportunidade de construir uma ordem mundial sem nações e sem liberdade".
'Jogo comunista-globalista'
Segundo o ministro, o ensaio do filósofo "entrega sem disfarce o jogo comunista-globalista de apropriação da pandemia para subverter completamente a democracia liberal e a economia de mercado, escravizar o ser humano e transformá-lo em um autômato desprovido de dimensão espiritual, facilmente controlável".
Araújo cita trechos do texto de Zizek em seu blog, ressaltando que a tradução foi feita pelo próprio chanceler.
"Tomara que se propague um vírus ideológico diferente e muito mais benéfico, e só temos a torcer para que ele nos infecte: um vírus que faça imaginar uma sociedade alternativa, uma sociedade que vá além do Estado- nação e se realize na forma da solidariedade global e da cooperação", escreve Zizek, de acordo com a tradução de Araújo.
O chanceler também faz críticas à Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmando que ela serve para a "causa da desnacionalização, um dos pressupostos do comunismo".
"Transferir poderes nacionais à OMS, sob o pretexto (jamais comprovado!) de que um organismo internacional centralizado é mais eficiente para lidar com os problemas do que os países agindo individualmente, é apenas o primeiro passo na construção da solidariedade comunista planetária", diz Araújo.
'Parasita do parasita'
Na tradução do diplomata, o filósofo esloveno defende "algum tipo de organização global que possa controlar e regular a economia, como também que possa limitar a soberania dos Estados nacionais quando seja necessário", e diz ainda que uma "resposta coordenada em escala global, uma nova forma daquilo que em outro momento se chamava comunismo."
Ao final de seu artigo, o chanceler cita de novo o "comunavírus", que para ele seria um "parasita do parasita".
"Diante disso precisamos lutar pela saúde do corpo e pela saúde do espírito humano, contra o coronavírus mas também contra o comunavírus, que tenta aproveitar a oportunidade destrutiva aberta pelo primeiro, um parasita do parasita", diz Araújo.