Durante os últimos dias, a equipe de especialistas russos participou de diversas desinfecções de lares de idosos, onde foram registradas as maiores taxas de mortalidade da cidade de Bergamo, no norte da Itália.
Atualmente, os 32 virologistas russos e seus colegas italianos recebem e atendem pacientes contagiados pelo coronavírus em um hospital na região rural de Fiera di Bergamo. Desta forma, se inicia a segunda fase do trabalho da equipe russa, conforme um acordo entre o presidente russo Vladimir Putin e primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte.
Para compreender o desafio enfrentado nesta região, a Sputnik Itália entrevistou o doutor Oliviero Valoti, responsável sanitário pelo hospital de Fiera di Bergamo.
Inicialmente, segundo Valoti, a barreira linguística se demonstrou um problema para a comunicação entre os médicos italianos e seus colegas russos, porém, graças ao auxílio de intérpretes, que "sabem se comunicar até mesmo com termos técnicos sanitários", e uma médica de origem russa que trabalhava na terapia intensiva do hospital de Bergamo, a interação entre as diferentes equipes melhorou substancialmente.
Apesar das evidentes diferenças entre os padrões médicos adotados pelos dois países, o médico italiano qualifica o nível dos especialistas russos como altíssimo.
Valoti comenta que o auxílio dos colegas russos é de suma importância, possibilitando o tratamento de diversos pacientes de terapia intensiva e subintensiva internados no hospital. Estes dois grupos de pacientes representam aproximadamente 50% cada um, no caso dos pacientes atendidos.
Graças ao auxílio dos reforços russos ao hospital de Fiera di Bergamo, que conta com 142 leitos, foi possível "reduzir a pressão sobre a terapia intensiva no hospital principal".
Um total de 29 pessoas contagiadas pelo coronavírus foi atendido pelos especialistas russos no setor de cuidados intensivos, que "chegaram com uma quantidade verdadeiramente importante de respiradores automáticos para curar esta doença".
Os pacientes atendidos pelos especialistas enviados pela Rússia apresentam um estado de saúde frágil, muitos ainda em estágio de recuperação, motivo pelo qual estes ventiladores são indispensáveis para estabilizar o quadro respiratório.
Valoti comenta que existe um grupo de especialistas russos, definidos pela equipe russa como "médicos generalistas", que "podem se ocupar de doentes de menor gravidade". O médico italiano afirma que "eles também auxiliam muito nossos colegas [...]".
Graças ao auxílio dos reforços russos ao hospital de Fiera di Bergamo, foi possível "reduzir a pressão sobre a terapia intensiva no hospital principal". Valoti agrega que "isto definitivamente foi um grande alívio para toda a organização do hospital".
O médico avalia que, "caso a doença não tenha ainda alguma surpresa", não é necessário receber mais respiradores, uma vez que a Itália conseguiu parcialmente combater a falta deste indispensável aparelho.
"Obrigado a vocês. Obrigado ao seu povo e à sua terra", concluiu com entusiasmo Valoti sobre o auxílio oferecido pela Rússia.