Autópsias realizadas no condado norte-americano de Santa Clara, estado da Califórnia, revelaram que a primeira morte devido ao novo coronavírus (SARS-CoV-2) nos Estados Unidos ocorreu pelo menos três semanas antes do que as autoridades americanas acreditavam.
O condado anunciou que, após realizar autópsias em duas pessoas que morreram em casa nos dias 6 e 17 de fevereiro de 2020, foi confirmado que ambas haviam falecido da COVID-19.
"O médico legista recebeu confirmação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA [CDC, na sigla em inglês] de que as amostras de tecidos de ambos os casos são positivas para o SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19", disse um representante do condado.
Segundo a declaração, as duas pessoas morreram em casa durante um período em que os testes eram muito limitados, e disponíveis apenas através dos CDC.
Os critérios de teste estabelecidos pelos CDC na época restringiam os testes apenas a pessoas que haviam viajado recentemente ou procurado atendimento médico com sintomas específicos.
As autoridades de Santa Clara acrescentaram que continuarão "investigando cuidadosamente as mortes em todo o condado", e antecipam que poderão ser identificadas mortes adicionais, até então desconhecidas, da COVID-19.
Antes do anúncio destes óbitos, era considerado que a primeira morte por COVID-19 nos Estados Unidos tinha ocorrido em 29 de fevereiro, no estado de Washington, noroeste do país.
O primeiro caso registrado do SARS-CoV-2 nos EUA data de 15 de janeiro de 2020, concluiu um estudo publicado na revista The New England Journal of Medicine.
Os EUA registram 842.624 casos da COVID-19, com 46.785 mortes e 76.614 recuperações, segundo os mais recentes dados da Universidade Johns Hopkins (EUA), tendo se tornado recentemente o novo epicentro da pandemia no mundo.