Segundo informações do site G1 e da Folha de S.Paulo, Jair Bolsonaro informou Sergio Moro, em reunião, que a mudança na PF, hoje comandada por Maurício Valeixo, deve ocorrer nos próximos dias. O ministro então teria pedido demissão do cargo.
A Globo afirma que Bolsonaro ainda busca reverter a decisão do ex-juiz da Lava Jato, tendo escalado para a tarefa os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
Valeixo foi indicado ao cargo por Moro e considerado homem de confiança do ministro. Desde o ano passado, no entanto, Bolsonaro ameaça trocar o comando da PF para ter mais controle sobre a atuação da polícia.
No ano passado, Sergio Moro também ameaçou deixar o governo, conseguindo desse modo manter Valeixo no cargo. Na ocasião, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, foi a figura mais ativa no governo para acalmar os ânimos e garantir a permanência de Moro.
Segundo Valor Econômico, o ex-juiz da Lava Jato tem ponderado sobre sua saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública há alguns meses. Durante reunião com Bolsonaro, Moro teria declarado que sua permanência depende diretamente da manutenção de Valeixo no comando da PF.
O desgaste entre Moro e Bolsonaro não é novo. No fim de março, o ex-juiz teria ficado "indignado" com o presidente por este ter quebrado um acordo com membros do governo de seguir em direção a um discurso comum sobre a pandemia. Em redes sociais, Moro defendeu o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que entrou em rota de colisão com o Planalto.