Professor de jornalismo da Universidade Estadual de Nova York, Karl Grossman abordou a situação em torno desta questão em entrevista à Sputnik Internacional.
"Os americanos devem ter o direito de se envolver em exploração comercial, recuperação e utilização de recursos no espaço sideral em conformidade com a legislação aplicável. O espaço sideral é um domínio legal e fisicamente único da atividade humana, e os EUA não consideram o espaço como um bem comum global. Por conseguinte, cabe à política dos EUA incentivar o apoio internacional à recuperação e utilização pública e privada de recursos no espaço sideral, em conformidade com a legislação aplicável", estipula a ordem executiva da Casa Branca.
De acordo com Grossman, a ordem executiva assinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, inclui o termo "apoio internacional", mas isso sugere em grande parte que os EUA têm o direito unilateral de realizar a recuperação e utilização de recursos no espaço.
"Assim, entre negação e ganância os EUA estão aqui avançando unilateralmente para explorar – penso que há ouro lá. É muito importante. Já debatemos este assunto anteriormente – como os documentos militares dos EUA ao longo dos anos têm realmente falado sobre o avanço militar dos EUA para o espaço […] Nós [os EUA] pensamos de alguma forma que temos domínio eminente", salientou Grossman.
Uma notícia publicada no portal Space Daily explica que o espaço é um "lugar desafiador para a atividade comercial", sobretudo desde que um conjunto de conhecimentos aponta para a existência de minerais valiosos, tais como ouro, prata e platina, em corpos celestes como a Lua.
Conforme diz o Tratado do Espaço Sideral de 1967, que foi assinado pelos EUA, "a exploração e utilização do espaço sideral deve ser efetuada em benefício e no interesse de todos os países e deverá ser uma região de toda a humanidade".
"O espaço sideral deve estar livre para exploração e utilização por todos os Estados, o espaço não está sujeito a apropriação nacional por reivindicação de soberania, por meios de uso ou ocupação, ou por qualquer outro meio," refere o Tratado.
No entanto o Acordo da Lua, que foi adotado pela Assembleia Geral da Nações Unidas em 1979, foi assinado por apenas 18 nações, nenhuma das quais é uma grande potência espacial como a Rússia, a China e os EUA, o que potencialmente poderá permitir o uso dos recursos da Lua pelos EUA ao abrigo da ordem executiva.
"A Lua e seus recursos naturais constituem patrimônio comum da humanidade", "deverá ser estabelecido um regime internacional que regule a exploração desses recursos, quando essa exploração esteja prestes a se tornar praticável".