Em uma galáxia localizada a cerca de 250 milhões de anos-luz da Terra, uma estrela logrou sobreviver a um encontro muito próximo com um buraco negro, embora continue em órbita sem possibilidade de fuga, revelou a NASA em 23 de abril.
Astrônomos, após analisarem dados do Observatório de Raios-X Chandra, da NASA, e do XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), apuraram que o buraco negro em questão, localizado em uma galáxia chamada GSN 069, tem uma massa 400.000 vezes maior que a do Sol, ou seja, é relativamente pequeno segundo os padrões que definem os buracos negros supermassivos.
Após ser capturada pela gravidade do buraco negro, a estrela, uma gigante vermelha, foi perdendo suas camadas externas de hidrogênio, deixando apenas seu núcleo, uma anã branca.
"Na minha interpretação dos dados de raios X, a anã branca sobreviveu, mas não escapou. Está presa agora em uma órbita elíptica ao redor do buraco negro, completando uma volta a cada nove horas", explicou Andrew King, da Universidade de Leicester (Reino Unido), citado pelo portal da NASA.
Assim, a anã branca completa sua órbita quase três vezes ao dia e, enquanto isso, o buraco negro vai extraindo lentamente seu material quando suas posições orbitais são mais próximas.
Os cientistas estimam que o efeito combinado de ondas gravitacionais e um aumento no tamanho da estrela, à medida que ela perde massa, deve fazer com que a órbita se torne mais circular e cresça em tamanho. Neste caso, a taxa de perda de massa diminui constantemente, e a anã branca se afasta lentamente em espiral do buraco negro.
Segundo King, a anã branca "tentará muito fugir, mas não há como escapar. O buraco negro irá consumi-la cada vez mais lentamente, mas sem nunca parar. Em princípio, essa perda de massa continuará mesmo depois que a anã branca fique reduzida à massa de Júpiter, daqui a cerca de um trilhão de anos. Esta seria uma maneira extremamente lenta e complicada de o Universo criar um planeta", concluiu.