As informações foram reveladas neste sábado (25) em uma reportagem assinada pelo jornalista Sérgio Ramalho no site The Intercept.
A reportagem obteve informações de documentos sigilosos do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que investiga o senador da família Bolsonaro. A investigação aponta que Flávio usou dinheiro de um esquema prévio de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), conhecido como "rachadinha", para financiar a construção dos prédios da milícia.
Segundo a reportagem, essa é uma das investigações que fizeram o presidente Bolsonaro pressionar o ex-ministro Sergio Moro pela troca no comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
O inquérito do MP-RJ investiga Flávio Bolsonaro por organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato. A investigação aponta que o senador receberia lucro dos investimentos através do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro deste ano, e também do ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz.
As informações obtidas pela reportagem do The Intercept apontam que 40% do dinheiro obtido no esquema das rachadinhas era repassado por Queiroz a Adriano da Nóbrega, que é tido como chefe do Escritório do Crime, uma milícia do Rio de Janeiro.
Dessa forma, o dinheiro era então investido na construção de prédios irregulares pela milícia. Segundo o MP-RJ, então, parte do lucro obtido com a venda dos imóveis era direcionado a Flávio Bolsonaro.
Adriano da Nóbrega já foi homenageado oficialmente pelo agora senador quando este ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro. O miliciano e foragido da Justiça foi morto em fevereiro em uma operação com suspeitas de queima de arquivo.