O planeta MASCARA-2 b está localizado a 460 anos-luz da Terra. Trata-se de um gigante gasoso, como Júpiter. No entanto, sua órbita se encontra 100 vezes mais perto da estrela que orbita do que a órbita de Júpiter e o nosso Sol.
A atmosfera de MASCARA-2 b ultrapassa temperaturas de 1.726 graus Celsius, o que o coloca no extremo da classe de planetas conhecidos como Júpiteres quentes.
Astrônomos se interessam muito por Júpiteres quentes, que 25 anos atrás eram completamente desconhecidos pela ciência e podem fornecer informações inéditas sobre formação de sistemas planetários.
"Os Júpiteres quentes fornecem os 'melhores laboratórios' para desenvolver técnicas de análise que um dia serão utilizadas para procurar assinaturas biológicas em mundos potencialmente habitáveis", afirmou em um comunicado a astrônoma da Universidade Yale e coautora do recente estudo Debra Fischer, publicado no portal arXiv.
Fischer é a especialista que opera o instrumento que tornou possível a descoberta – o espectrômetro de extrema precisão EXPRES, que foi construído em Yale e instalado no telescópio Lowell Discovery.
Usando EXPRES, astrônomos de Yale e colegas do Observatório de Genebra e da Universidade de Berna na Suíça, bem como da Universidade Técnica da Dinamarca, encontraram ferro gasoso, magnésio e crômio na atmosfera de MASCARA-2 b.
"Estas detecções químicas podem não só nos ensinar a composição elementar da atmosfera, mas também a eficiência dos padrões de circulação atmosférica", disse o astrônomo Jens Hoeijmakers, autor principal do estudo do Observatório de Genebra.