COVID-19 desperta sonho de expansão asiática da OTAN

© REUTERS / Ints KalninsSoldados e bandeira da OTAN
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Uma OTAN do Atlântico ao mar da China. Este é o sonho defendido por certos apoiadores da organização militar, que veem a crise da COVID-19 colocando Pequim como seu principal inimigo.

O desejo de criar uma "OTAN global", que surgiu no começo dos anos 2000, se fortalece com as críticas que a China tem recebido após a expansão da pandemia pelo planeta. A isto se somam manobras militares de Pequim em águas do mar do Sul da China, denunciadas pelos países limítrofes, como Vietnã, Filipinas, Malásia e, naturalmente, Taiwan.

Frente aos navios chineses, forças navais dos EUA e Austrália, um país associado da OTAN, realizam manobras na região. Para Washington, as provocações chinesas na área se multiplicaram desde o começo da crise da COVID-19. É uma pequena demonstração do que poderia supor uma extensão do clube além de sua zona tradicional de influência.

Asiáticos e, além disso, atlantistas

No entanto, recentemente Stoltenberg anunciou que a OTAN não iria se estender ao mar da China, rompendo assim a ilusão de alguns defensores desta estratégia no Japão, Coreia do Sul e Malásia, que desejam integrar uma aliança militar que, em seu Artigo 5, obriga todos seu membros a acudir em defesa de um de seus associados.

© AP Photo / Bullit MarquezCaça estadunidense decola do porta-aviões USS Ronald Reagan para patrulhar águas internacionais perto do mar do sul da China
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Caça estadunidense decola do porta-aviões USS Ronald Reagan para patrulhar águas internacionais perto do mar do sul da China

Uma projeção no Indo-Pacífico da OTAN seguirá no momento representando uma ilusão, mas não se sabe até quando. O ex-ministro das Relações Exteriores da França, Hubert Vedrine, considera que durante muito tempo não havia "espaço mental" para a China dentro da OTAN, mas, acrescenta que a questão é saber se um dia a aliança será capaz de se ocupar de assuntos na Ásia. Vedrine agora é membro do comitê responsável pelo estudo sobre o futuro da organização militar transatlântica.

A ambição asiática da OTAN ressurge poucos meses depois do presidente dos EUA, Donald Trump, considerar a instituição como "obsoleta". Pouco depois, o presidente francês, Emmanuel Macron, qualificou o bloco com palavras ainda mais duras, sentenciando "a morte cerebral" da associação militar.

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