Em 8 de abril, o cenário foi discutido em um seminário virtual organizado pelo centro de estudos estratégicos IAI. Já na semana passada, especialistas alemães e poloneses analisaram os riscos de que o Fundo Europeu de Defesa seja reduzido, revela a publicação Defense News.
Já em 27 de abril, outros especialistas lançaram um apelo a políticos da União Europeia, argumentando que é necessário aumentar o orçamento militar, ao invés de diminuir os gastos com defesa em meio à COVID-19.
Com tantos empregos de alta qualificação na indústria da defesa, "um apoio específico a este setor será necessário para mitigar os efeitos da crise econômica e preservar o futuro da Europa a longo termo", divulgaram em um comunicado especialistas da Espanha, Itália, Reino Unido, França e Lituânia.
De acordo com comunicado, a União Europeia planeja reduzir o orçamento militar previsto para o período entre 2021 e 2027, como uma medida para limitar a recessão prevista por alguns economistas devido à pandemia da COVID-19. Além disso, economistas também alertaram que os impactos desta crise superariam os efeitos da crise financeira de 2008.
"Inevitavelmente, haverá um foco em setores críticos como energia e saúde. Acreditamos que o setor de defesa deveria ser incluído a outros setores críticos e uma versão revisada [do orçamento] deveria ser a oportunidade para garantir um orçamento verdadeiramente ambicioso para o Fundo de Defesa Europeu", consideram os especialistas.
Além de proteger empregos do setor, aumentar o fundo auxiliaria à UE enquanto "ameaças" crescem.
"De fato, a COVID-19, não irá interromper ou mitigar a piora do cenário de segurança internacional, que ameaça a segurança e interesses da Europa. Pelo contrário, provavelmente fará o mundo mais instável e inseguro", acrescenta o comunicado.
Agora, a UE deveria interromper qualquer plano de reduzir orçamento militar, o incrementando. "Conforme a Europa gradualmente emerge da pandemia, não pode haver um seguro 'novo normal' sem uma defesa europeia sólida", concluem.
O comunicado coincide com o relatório do Instituto Internacional de Paz e Segurança de Estocolmo (SIRI, na sigla em inglês), que calculou que os gastos globais com segurança aumentaram em 3,6% em 2019 - representando o maior aumento desde 2010.