Nesta terça-feira (28), a Marinha do Exército de Libertação Popular chinês "expulsou um navio de guerra dos EUA que invadiu as águas territoriais da China das Ilhas Paracel, no mar do Sul da China, o que poderia facilmente causar um incidente", segundo o Global Times.
"Instamos os norte-americanos a se concentrar na prevenção e controle de epidemias em sua pátria, a contribuir na luta internacional contra a pandemia e a interromper imediatamente as ações militares contra a segurança, a paz e a instabilidade regional", afirmou o coronel Li Huamin, porta-voz do Comando de Treinamento do Sul do Exército de Libertação Popular.
De acordo com o oficial, a China enviou suas forças navais e aéreas para escoltar o destróier norte-americano, que invadiu as águas territoriais chinesas, alertando os norte-americanos para sair da região.
O navio norte-americano em questão era o USS Barry, um destróier de mísseis guiados de classe Arleigh Burke, que já havia transitado pelo estreito de Taiwan, na sexta-feira (24), retornando ao mar do Sul da China para se juntar a um grupo de destróieres que contavam com o cruzador USS Bunker Hill, a fragata australiana de classe Anzac HMAS Parramatta e o porta-aviões USS America dos EUA.
Estas embarcações participam das missões do Pentágono conhecidas como "Operações de Liberdade de Navegação" (FONOPS, na sigla em inglês), que desconsideram as reivindicações da China na região.
"Estas provocações dos EUA [...] violaram seriamente a soberania e os interesses de segurança da China, e aumentaram consideravelmente os riscos regionais de segurança, podendo desencadear um incidente inesperado", afirmou Li, segundo South China Morning Post.
"[Os atos] eram incompatíveis com a atmosfera atual, pois a comunidade internacional está lutando contra a pandemia, bem como com a paz e a estabilidade regional", ressaltou.
A declaração faz referência ao fato de os EUA terem registrado mais de um milhão de casos do novo coronavírus e mais de 50.000 mortes.
As águas do mar do Sul da China, que são disputadas por cinco países e Taiwan, mas na sua maioria controladas por Pequim, são frequentemente cruzadas por navios da Marinha dos EUA que, segundo Washington, realizam operações de liberdade de navegação.
A passagem de destróieres e porta-aviões dos EUA perto das ilhas disputadas desagrada ao governo chinês, que protesta contra o que afirma serem "provocações" e violações da soberania chinesa.