O presidente do Irã, Hassan Rouhani, atacou Washington mais uma vez, recordando a toponímia do Oriente Médio em um discurso recente em seu gabinete, informou a mídia local nesta quarta-feira.
"Os EUA devem saber que o nome desse golfo é golfo Pérsico e não golfo de Nova York ou golfo de Washington", afirmou Rouhani durante uma reunião do gabinete no início do dia. Eles [EUA] devem parar de conspirar contra o Irã", prosseguiu o presidente iraniano.
Os comentários sarcásticos do presidente quase coincidiram com comentários belicosos do brigadeiro-general Abolfazl Shekarchi, porta-voz sênior das Forças Armadas do Irã.
Mesmo a menor violação dos interesses iranianos no Golfo fará com que os EUA paguem um preço, exclamou o general. "Os americanos teriam certamente experimentado isso se tivessem [implementado] mínimas movimentação e agressão contra as águas territoriais da República Islâmica e os interesses do nosso povo. Eles levarão um tapa na cara mais forte do que no passado, porque nós não brincamos com ninguém na defesa da nossa nação", ameaçou.
O general iraniano mirou o recente aviso do presidente Donald Trump de que suas forças destruiriam canhoneiras iranianas se "assediarem" navios americanos no golfo Pérsico. A fuga do comandante dos EUA, ele sugeriu, não passava de "guerra psicológica" destinada a obter apoio dos eleitores.
O Irã, que ocupa as margens orientais do golfo Pérsico e tem vista para o estreito estratégico de Hormuz - uma passagem extremamente importante para navios petroleiros e navios mercantes - há muito tempo insiste que os Estados Unidos não pertencem à região.
As águas turbulentas viram outra explosão de tensões na semana passada, quando a Quinta Frota dos EUA acusou a Marinha iraniana de realizar manobras "perigosas e provocativas" a curta distância, colocando em risco as embarcações americanas. Um registro em vídeo do impasse, no entanto, não foi tão dramático quanto sugeriu a declaração da Marinha dos EUA.
As Marinhas dos EUA e do Irã se enfrentaram várias vezes nos últimos anos, empregando táticas coercitivas, mas sempre parando antes do confronto militar.