Por meio do Twitter, o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, disse que o Brasil exerce "pressões indevidas" para "forçar a saída intempestiva da equipe diplomática e consular venezuelana".
Além disso, o chanceler acusou o governo brasileiro de alegar "negociações" que "nunca foram realizadas" para justificar a retirada.
#COMUNICADO | Venezuela informa a la comunidad internacional sobre la violación del Derecho Internacional por parte del Gobierno de Brasil, al forzar la salida de nuestro personal diplomático y consular antes del 2 de mayo, alegando negociaciones que nunca han sido celebradas. pic.twitter.com/QI6bMffDFK
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) April 30, 2020
A Venezuela informa a comunidade internacional sobre a violação do direito internacional por parte do governo do Brasil, ao forçar a saída de nosso pessoal diplomático e consular antes do dia 2 de maio, alegando negociações que nunca foram realizadas
Segundo o governo de Nicolás Maduro, com a medida, o presidente Jair Bolsonaro busca deixar desassistidos os cidadãos venezuelanos que vivem no Brasil durante pandemia da COVID-19.
"O governo do senhor Jair Bolsonaro pretende agora aumentar o descaso com a comunidade venezuelana no Brasil, com uma manobra que busca provocar o fechamento dos escritórios consulares da Venezuela nesse país, após ter abandonado seus próprios compatriotas com a retirada unilateral da equipe diplomática e consular do Brasil na Venezuela", afirma comunicado do governo venezuelano.
'Não abandonarão' seus cargos
Além disso, o governo Maduro disse que seus representantes diplomáticos e consulares "não abandonarão" seus cargos "sob subterfúgios" alheios ao direito internacional, que têm como "único propósito enganar a opinião pública" dos brasileiros "para dissimular sua aberta subordinação ao governo estadunidense".
Na quarta-feira (29), o governo brasileiro, por meio de ofício do Itamaraty, informou a embaixada da Venezuela que seus diplomatas têm até 2 de maio para deixar o Brasil.
Em março, o Brasil já havia determinado a saída de vários diplomatas e funcionários consulares da Venezuela.
O governo Bolsonaro não reconhece Maduro como presidente legítimo e mantém relações com o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. Já o governo da Venezuela, por sua vez, acusa o Brasil de estar ao lado de Estados Unidos e Colômbia para desestabilizar o país e justificar uma invasão.