"Gostaria que todos voltassem a trabalhar, mas quem decide isso não sou eu, são governadores e prefeitos. Então, um bom dia a todos. O Brasil é um País maravilhoso, eu tenho certeza, com Deus acima de tudo, que brevemente voltaremos à normalidade", declarou Bolsonaro.
A fala foi dada durante uma transmissão ao vivo da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), que entrou no Palácio da Alvorada na manhã desta-sexta-feira com aproximadamente 20 pessoas, a fim de agradecer as ações de Bolsonaro em prol do agronegócio, setor que dá sustentação ao atual governo.
Nesta semana, o Brasil registrou recordes diários com mais de 400 mortes e se aproxima das 6 mil mortes, com mais de 85 mil casos confirmados, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Ainda assim, com o crescimento exponencial da doença, Bolsonaro segue em conflito com governadores.
Na quinta-feira, Bolsonaro acusou governadores e prefeitos de não terem achatado a curva, dias após dizer que a culpa pelo aumento das mortes pelo novo coronavírus não seria colocada em seu colo pelos executivos locais. Contudo, até mesmo o ministro da Saúde, Nelson Teich, mudou o discurso e defendeu o isolamento social.
No mesmo dia, a Justiça de São Paulo recusou o relatório médico de Bolsonaro, enviado pela Advocacia-Geral da União (AGU), determinando novamente que os exames completos que o presidente fez em março para a COVID-19 sejam encaminhados em até 48 horas.
Depois de dizer seguidas vezes que testou negativo, Bolsonaro admitiu à Rádio Gaúcha que pode ter contraído o novo coronavírus, mas que teria se curado se fosse o caso e teria anticorpos – ignorando que mesmo os assintomáticos, segundo especialistas, são propagadores da doença para outras pessoas.