Além disso, afirmou que se a situação não melhorar, pode propor ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), a adoção do lockdown, ou seja, uma quarentena mais rigorosa, nos moldes das implementadas em países como a Itália.
Virgílio Neto também se responsabilizou pela baixa adesão às medidas de distanciamento social verificadas em Manaus.
"A realidade é que eu fracassei em relação ao distanciamento social. Fracassei assim como o governador e todo mundo que está a favor do distanciamento social. Fracassamos perigosamente. Por isso que vamos, ainda nesta semana, dar início a uma campanha de mídia pesada para tentar convencer as pessoas a aderirem ao isolamento", disse o prefeito em entrevista para o jornal O Globo.
'Pregação do presidente'
O tucano apontou duas razões para a população não respeitar a quarentena. A primeira, seria cultural: "Acho que há um fator cultural. Meu secretário de obras anda pelas periferias e ouve as pessoas dizendo que a COVID-19 é doença de rico, que não vai pegar em pobre, no caboclo. Mas elas estão vendo as pessoas morrendo".
Outro motivo, segundo Virgílio Neto, são as declarações do presidente contra o isolamento social: "Outro fator é a pregação do presidente Jair Bolsonaro contra essas medidas. Ele diz que precisamos salvar a economia, mas nunca vi salvar a economia com gente doente".
Além disso, o prefeito criticou o governo federal por não destinar mais equipamentos e recursos para Manaus lidar com a epidemia da COVID-19.
A capital do Amazonas é uma das cidades do país mais afetadas pela epidemia do novo coronavírus, com sistema de saúde à beira do colapso.
'Fecha tudo. Radicalizar mesmo'
O político do PSDB disse que se a situação se agravar, com crise sanitária e baixa adesão ao isolamento, recomendará o lockdown ao governador do estado. O Amazonas tem 5.254 casos confirmados da COVID-19, com 425 mortes, segundo boletim do Ministério da Saúde de quinta-feira (1º).
"Se nada mudar, eu vou recomendar ao governador que decrete a quarentena, o chamado lockdown. Fecha tudo. Radicalizar mesmo. Vamos salvar as pessoas mesmo que elas não queiram ser salvas. Lá na frente, elas vão poder avaliar se tomamos as medidas certas ou não. Mas primeiro elas precisam estar vivas", argumentou.