O professor de Fisiopatologia da Primeira Universidade Médica Estatal de Moscou I.M. Sechenov, Anton Ershov, explicou ao jornal Rossiyskaya Gazeta sob que condições o organismo consegue formar a imunidade ideal ao novo coronavírus SARS-CoV-2.
Segundo Ershov, a manifestação da doença sob uma forma moderada e sem recurso a uso excessivo de medicamentos cria as condições para a formação de um nível ideal de imunidade.
"É quando o corpo forma a máxima imunidade a ele [vírus]", afirmou Ershov.
Segundo o professor, uma imunidade adequada que proporcione a devida proteção contra a infecção, não ocorre em outras duas situações.
A primeira, em caso de manifestação muito leve da doença, pois, apesar da infecção, a reduzida presença viral leva o organismo humano a desconsiderar a ameaça, não produzindo a quantidade necessária de anticorpos, e não conseguindo dessa forma a imunidade.
A segunda, trata-se das manifestações mais severas da COVID-19, que fragiliza o corpo, que "ficará tão estressado que canalizará todas as suas forças compensatórias para suportar a vida no dado momento, e não para formar uma defesa para o futuro. O organismo simplesmente não tem forças suficientes, sobretudo proteínas para criar anticorpos", explicou Ershov.
O especialista acrescentou que o problema fundamental reside no fato de o atual coronavírus ser demasiado recente e como tal não ter ainda havido tempo suficiente para ser estudado.
Contudo, "sendo um vírus SARS, presume-se que a imunidade ao SARS-CoV-2 também permaneça por dois anos. Mas não há dados confirmados", concluiu o professor.
A pandemia do novo coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença COVID-19, já atingiu 187 países e territórios, infectou 3.523.121 pessoas e matou 247.752, segundo os últimos dados desta segunda-feira (4) divulgados pela Universidade Johns Hopkins.