"Talvez essa pandemia de coronavírus possa ao menos ser uma ocasião para reavaliar e dizer: se as sanções não mudaram nada na direção que desejávamos ao longo de meia década, e temos o efeito oposto, então devemos ser capazes de avaliar esse desenvolvimento e dizer que, talvez, novas abordagens sejam necessárias", afirmou Platzeck nesta segunda-feira (4) durante uma videoconferência em Berlim.
Segundo Platzeck, um enfoque das sanções contra a Rússia que envolvem a questão da Crimeia e o conflito no leste da Ucrânia está errado.
"Posso imaginar que, se essa distinção for feita, haverá progresso nessa área. No final, todos dizemos isso, podemos ouvir de todos os lados - a pandemia de coronavírus se tornou o maior desafio para a comunidade mundial desde a Segunda Guerra Mundial. Pode ser necessário ter força e coragem para reconsiderar coisas de importância primordial, e eu incluo essas sanções entre elas. E diga: temos outros problemas agora, vamos dar um passo à frente", acrescentou.
A União Europeia (UE) impôs sanções contra Moscou em 2014, após o início do conflito no leste da Ucrânia e o referendo sobre a reunificação da Crimeia com a Rússia. Enquanto os países ocidentais e Kiev não reconheceram o novo status da Crimeia e acusaram Moscou de se intrometer nos assuntos da Ucrânia, Moscou negou qualquer reivindicação de interferência e insistiu que o referendo foi realizado em conformidade com o direito internacional.