O míssil tático-operacional Míssil de Ataque de Precisão (Precision Strike Missile, PrSM, na sigla em inglês) da Lockheed Martin completou sua terceira demonstração de voo na quinta-feira (30), relata a revista Defense News em um comunicado à imprensa da empresa norte-americana.
O Exército dos EUA pretende substituir seu míssil do Sistema de Mísseis Táticos do Exército (Army Tactical Missile System, ATACMS, na sigla em inglês) por uma arma com um alcance anteriormente proibido pelo Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) entre a Rússia e os EUA, tratado rompido por Washington em 2 de fevereiro de 2019.
"O teste do PrSM de hoje, um lançamento de curto alcance altamente estressante, representa o terceiro teste de voo bem-sucedido que prova a eficácia, a capacidade de sobrevivência e a confiabilidade do míssil tático para linha de frente", disse Gaylia Campbell, vice-presidente de Sistemas de Lançamento de Precisão e Manobras de Combate do Departamento de Mísseis e Controle de Lançamentos da Lockheed Martin.
O míssil foi lançado a partir do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade (High Mobility Artillery Rocket System, HIMARS, na sigla em inglês) na manhã da quinta-feira (30), no Campo de Testes de Mísseis White Sands, no estado de Novo México, tendo voado cerca de 85 quilômetros até à área do alvo e demonstrado um "desempenho de alta precisão e capacidade letal da ogiva".
O teste PrSM da Lockheed Martin tinha como objetivo confirmar uma série de características da arma, incluindo a trajetória de voo, desempenho geral do míssil e integração com o lançador HIMARS.
O teste foi conduzido como uma demonstração das capacidades de curto alcance da próxima geração de armas. Os ensaios anteriores testaram os alcances de 240 e 180 quilômetros do míssil.
"Todos os objetivos foram alcançados na terceira e última demonstração de voo como parte da fase de Maturação Tecnológica e Redução de Riscos do programa", lê-se no comunicado.
"O desempenho impecável de hoje vem depois de um lançamento inaugural altamente preciso em dezembro passado e de um evento de teste igualmente bem-sucedido no dia 10 de março".
Concorrência breve
A companhia de aeronáutica e montadora Raytheon Technologies anunciou sua saída da competição para o contrato de mísseis em uma declaração da empresa de 25 de março, mas também observou que foram encontradas soluções para questões técnicas que anteriormente dificultavam sua participação, com a arma DeepStrike.
Na época, a Lockheed Martin tinha completado dois testes bem-sucedidos, enquanto a Raytheon falhou seus primeiros testes em dezembro de 2019, e não conseguiu recuperar e efetuar uma demonstração para o Exército dos EUA.
"Embora continuemos confiantes na nossa resolução da questão técnica que atrasou o nosso teste de voo DeepStrike, o Exército e a Raytheon chegaram mutuamente à decisão de concluir nossa participação na fase de Maturação de Tecnologia e Redução de Riscos (Technology Maturation and Risk Reduction) do PrSM", anunciou a empresa militar no comunicado fornecido à revista Defense News.
Objetivos do míssil
Apesar da saída da Raytheon, que deixou a Lockheed Martin como única concorrente no contrato de mísseis, o Exército não programa a implantação do PrSM até 2023.
Até lá, será feita uma série de melhorias no míssil base desenvolvido pela Lockheed Martin, que terá capacidades acrescidas para aumentar sua letalidade e alcance, e serão realizadas competições adicionais na indústria.
O brigadeiro-general John Rafferty, diretor do Departamento de Lançamentos de Precisão de Longo Alcance (Long Range Precision Fires) do Exército, disse à Defense News que o PrSM terá de ser versátil, pois se espera que seja utilizado em vários teatros de operações.
"A capacidade inicial é contra a artilharia de longo alcance e sistemas integrados de defesa aérea", disse ele. "À medida que você integra a tecnologia de rastreamento, ele lhe dá a capacidade de perseguir mini-alvos. Esses mini-alvos podem ser alvos marítimos no Pacífico ou radares de controle de fogo [e aeródromos] no cenário europeu".
Com o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário entre a Rússia e os EUA descontinuado devido à retirada de Washington em agosto de 2019, é esperado que os EUA possivelmente aumentem o alcance máximo do PrSM para além do limite anteriormente proibido de 499 quilômetros, de acordo com a Defense News.
Por enquanto, o Exército dos EUA está procurando alterar o alcance no próximo teste de voo para obter uma melhor leitura sobre o desempenho da arma. A Lockheed Martin prosseguirá com a próxima fase do programa e conduzirá outros três testes assim que receber a esperada adjudicação do contrato.