Pequim não dá prioridade a convidar especialistas estrangeiros para investigar a origem do coronavírus até que a pandemia seja derrotada, salientou nesta quarta-feira (6) o embaixador chinês ante a ONU em Genebra, Chen Xu.
"A principal prioridade, atualmente, é se concentrar na luta contra a pandemia até que alcancemos a vitória final", declarou Chen durante uma coletiva de imprensa digital, segundo a agência AFP.
"E quanto a como será realizada a investigação, se ocorrer, devemos estabelecer prioridades corretas neste momento e, por outro lado, necessitamos o ambiente correto", agregou.
"Não é que sejamos alérgicos a nenhum tipo de investigação, consulta ou avaliação", assegura o embaixador. Contudo, ressaltou que agora o necessário é "correr contra o relógio para salvar tantas vidas como possível".
Acusações contra a China
A declaração de Chen ocorre em meio a denúncias de alguns políticos, que acusam a China de estar por trás do coronavírus. Na última quinta-feira (30), o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que acredita que o patógeno foi criado em um laboratório de Wuhan.
Contudo, o Instituto de Virologia de Wuhan nega rotundamente ser responsável pela origem do vírus, comentando que "não há forma" de que provenha de seus laboratórios. Pesquisadores chineses, assim como a maioria dos especialistas de outros países, defendem que o vírus foi transmitido para humanos através de um animal hospedeiro intermediário.
Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, salientou que a China foi vítima da COVID-19 e não cúmplice, agregando que tentativas de "certos políticos" de culpar Pequim de sua má administração da proliferação somente expõe "os próprios problemas dos EUA". "O inimigo é o vírus, não a China", concluiu o funcionário.