Com novo foguete, China poderá concorrer com os EUA por atividades na Lua, segundo especialista

© AFP 2023Lançamento de foguete Longa Marcha 2F do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, na China, em 15 de setembro de 2016
Lançamento de foguete Longa Marcha 2F do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, na China, em 15 de setembro de 2016 - Sputnik Brasil
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Enquanto a China testou seu novo foguete pesado Longa Marcha 5B, o país poderá ter um polígono na Lua, se tornando forte concorrente às ambições americanas no satélite da Terra.

Ontem (5), se deu o primeiro e bem-sucedido teste do foguete pesado chinês Longa Marcha 5B.

O evento coincidiu com anúncio feito pelos EUA sobre o preparo de um acordo internacional sobre a exploração dos recursos na superfície lunar.

Ao mesmo tempo, os EUA desenvolvem os acordos Artemis, que visa a exploração da Lua e que deverá contar com a parceria da União Europeia, Canadá, Japão e dos Emirados Árabes Unidos.

Por sua vez, a Rússia, principal parceiro da NASA no uso da Estação Espacial Internacional, não deverá tomar parte do acordo em sua primeira fase, assim como a China.

A razão disso seria a percepção do espaço como uma área cada vez mais disputada pelos países.

Lua para os americanos?

Comentando o assunto à Sputnik China, o especialista do Instituto de Aviação de Moscou Sergei Filipenkov explicou a razão de a China e a Rússia não entrarem no contexto do programa americano.

Segundo o especialista, Donald Trump planeja reclamar para seu país partes da Lua e se apoderar de seus recursos sem a Rússia e a China.

Ao mesmo tempo, ambos os países seriam fortes concorrentes na busca por tais recursos.

"O programa espacial chinês está repetindo, por enquanto, as conquistas da URSS. É muito provável que nos próximos 10 anos os chineses irão usar as ideias dos engenheiros soviéticos e depois de 2030 os astronautas chineses também desembarcarão na Lua," afirmou Filipenkov.

A razão de sua crença se baseia nas capacidades tecnológicas do gigante asiático.

Da mesma forma, a Rússia também deverá enviar seus cosmonautas ao satélite natural da Terra depois de 2030, afirmou o especialista.

"Se a China tiver possibilidades financeiras e investir grandes meios em tal programa, então ela o executará facilmente. Não existem grandes problemas técnicos e médicos para o desembarque chinês,” acrescentou.

Chineses na Lua em 2025?

Ainda de acordo com o especialista, a China está desenvolvendo tecnologia para o desembarque de tripulação na Lua, o que deverá ser concluído até o ano de 2025.

Na ocasião, os chineses poderão construir na superfície lunar um polígono para pesquisas e preparar uma área de desembarque de astronautas.

Por sua vez, apesar dos planos da NASA, Filipenkov acredita que a agência não deverá conseguir enviar pela segunda vez seus astronautas à Lua entre 2024 e 2025.

Novo foguete

Um passo fundamental para a viagem até à Lua poderia ser o bem-sucedido teste do Longa Marcha 5B.

"Obviamente, o Longa Marcha 5B foi desenvolvido para isso. Ele será necessário para criar uma base na Lua e desenvolver lá a infraestrutura para futuras pesquisas. O Longa Marcha 5B é um foguete pesado, tal como o russo Proton, o qual em seu tempo foi desenvolvido e designado para pesquisas não-tripuladas na Lua, assim como o sobrevoo da Lua sem o desembarque em sua superfície. A China poderá sem dúvidas realizar seu programa lunar com a ajuda do Longa Marcha 5B.

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