Exoplanetas orbitando anãs brancas devem ser estudados minuciosamente para encontrar rastros de vida extraterrestre, pois o Telescópio Espacial James Webb de próxima geração e prestes a ser lançado será potencialmente útil na realização de tal esforço, revelou um novo estudo publicado na última quinta-feira (30) na revista Astrophysical Journal Letters.
"As anãs brancas são semelhantes em tamanho à Terra e têm ambientes relativamente estáveis durante bilhões de anos após o resfriamento inicial, tornando-as alvos intrigantes para buscas de exoplanetas e caracterização atmosférica de planetas do tipo terrestre", argumentam os astrônomos da Universidade Cornell.
Assim, a atmosfera de qualquer potencial exoplaneta orbitando anãs brancas, que são muito mais fracas do que qualquer estrela nova, pode ser sondada com ajuda de telescópios poderosos capazes de procurar por sinais espectrais, como o metano e o ozônio.
As máquinas serão encarregadas de examinar o trajeto do exoplaneta em frente ao seu astro hospedeiro morto, com os cientistas analisando a atmosfera dos planetas com a ajuda de imagens de alta resolução.
Objetivo do novo telescópio
A pesquisa pode assim ser definida como uma espécie de "guia" para futuros cientistas, que os ajudará a estudar sistemas solares distantes para detectar sinais de vida extraterrestre, comenta o portal Science Daily.
"Queríamos saber se a luz de uma anã branca, uma estrela morta há muito tempo, nos permitiria detectar a vida na atmosfera de um planeta se ela estivesse ali", disse Lisa Kaltenegger, diretora do Instituto Carl Sagan da Cornell e professora associada de astronomia da Faculdade de Artes e Ciências.
"Se encontrássemos sinais de vida em planetas orbitando sob a luz de estrelas mortas há muito tempo, a próxima pergunta intrigante seria se a vida sobreviveu à morte da estrela, ou [se] começou tudo de novo: uma segunda gênese, se você quiser", revelou Kaltenegger.
O Telescópio Espacial James Webb da NASA (JWST, na sigla em inglês), programado para ser lançado em 2021 e substituir o antigo Telescópio Espacial Hubble, que foi enviado para a órbita baixa da Terra no início dos anos 90, é adequado para uso na observação e busca de rastros potenciais de vida alienígena.