Depois dos testes nucleares no atol de Bikini, localizado no oceano Pacífico, um dos cientistas que fazia parte da equipe que participou no desenvolvimento da arma resolveu criar algo ainda maior – uma explosão de 10.000 megatons. Ela teria sido 670.000 vezes mais potente que a bomba lançada sobre Hiroshima, tão grande que destruiria um continente e envenenaria nosso planeta.
O autor desta ideia foi Edward Teller, que era um dos físicos judeus que fugiu da Europa para os EUA quando a Alemanha nazista começou sua ascensão. Ele insistia na criação de uma superbomba que fosse muito maior que as primeiras armas atômicas. Defendia a necessidade de criar uma bomba nuclear de 10.000 megatons.
Professor de história nuclear, Alex Wellerstein calculou a destruição provocada por uma bomba deste tamanho.
"Uma arma de 10.000 megatons, conforme meus cálculos, seria suficientemente poderosa para pôr em chamas toda a Nova Inglaterra. Ou a maior parte da Califórnia. Ou todo o Reino Unido e Irlanda, toda a França ou Alemanha, ou ambas as Coreias", indicou Wellerstein, acrescentando que isso só explica a imediata onda de sobrepressão e a bola de fogo.
Além disso, a chuva nuclear mortífera teria imediatamente atingido níveis letais de radiação em muitos países, envenenando provavelmente toda a Terra.
Nukemap, uma ferramenta que permite prever até que ponto poderia se propagar a devastação total no caso de um hipotético ataque nuclear, permite simular uma explosão de apenas 100 megatons, ou seja, 100 vezes menos poderosa que a arma proposta por Teller.
Mesmo neste cenário, uma explosão sobre Moscou provocaria uma chuva radioativa a uma distância de milhares de quilômetros.
Quando Teller apresentou sua proposta, seus colegas e outros funcionários serenaram seus ânimos. Seria impossível usar a arma sem matar milhões de civis. Mesmo se a bomba fosse lançada no coração da União Soviética, envenenaria um vasto território da Europa Ocidental e potencialmente os EUA, escreve Logan Nye do portal We Are The Mighty.