Hoje, Marte é gelado e repleto de poeira, além de ser pouco provável que tenha muita água líquida em sua superfície, caso tenha água.
No entanto, há bilhões de anos, Marte era mais quente e poderia ter tido água líquida suficiente para sustentar vida.
Recentemente, cientistas descobriram a primeira evidência de um rio em Marte que fluía através do Planeta Vermelho durante mais de 100.000 anos, conforme publicação da revista Nature Communications.
A equipe analisou as imagens de alta resolução da NASA, que foram captadas dentro da enorme cratera de impacto Hellas no hemisfério sul do Planeta Vermelho, uma das maiores crateras de impacto do Sistema Solar.
Sustained fluvial deposition recorded in Mars’ Noachian stratigraphic recordhttps://t.co/KgyanU3AX8 pic.twitter.com/uH3bK64nrw
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Deposição fluvial sustentada é encontrada em registro estratigráfico Noachian de Marte.
As imagens detalhadas revelaram que a cratera foi formada por rios há mais de 3.700 milhões de anos, quase o mesmo tempo em que a vida estava iniciando na Terra.
As marcas permanentes deixadas nas faces expostas das falésias de mais de 200 metros de altura revelaram que o rio tinha uma profunda e rápida torrente de água que existia o ano todo.
Essas marcas na rocha são idênticas às encontradas na Terra quando a água passa pela rocha durante longos períodos de tempo. Acredita-se que o rio se movia constantemente e criava bancos de areia similares ao Reno, ou a outros rios do norte da Itália.
Moléculas de quatro bilhões de anos são descobertas em meteoritos de Marte
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© Foto: AP Photo / NASA/JPL-Caltechhttps://t.co/3JXeoh6G4c pic.twitter.com/YSh3pZy32s
As imagens também mostram que os processos fluviais que formam estas rochas ocorreram durante um período de tempo muito longo.
"Os rios que formaram estas rochas não foram um evento isolado, mas que provavelmente estiveram ativos durante dezenas ou centenas de milhares de anos", explicou Joel Davis, um dos autores da pesquisa.
Isso prova que Marte tinha água líquida em abundância e uma atmosfera estável capaz de hospedar vida há aproximadamente 3.700 milhões de anos, quando o Sistema Solar ainda estava em sua infância.
"Nunca avistamos um afloramento com esta quantidade de detalhes no que definitivamente podemos dizer que é muito antigo. Esta é mais uma peça do quebra-cabeças na busca da existência de vida passada em Marte, fornecendo uma nova visão da quantidade de água que ocupava estas antigas paisagens", adicionou.
A evidência reforça a esperança de que as rochas sedimentárias deste período fossem ideais para buscar evidência de vida passada em Marte.
"Aqui na Terra, as rochas sedimentárias foram utilizadas pelos geólogos durante gerações para impor restrições às condições que havia em nosso planeta há milhões ou bilhões de anos", explicou o coautor Willian McMahon.
"Agora temos a tecnologia para estender esta metodologia a outro planeta terrestre, Marte, que abriga um antigo registro de rochas sedimentárias que se estende há mais tempo que o nosso planeta", afirmou McMahon.