As imagens são resultado da combinação das capturas realizadas pelas câmeras infravermelhas de Gemini, que medem a radiação térmica irradiada por Júpiter refletida em suas nuvens, e as imagens ópticas do Hubble, que analisam sua atividade externa.
As regiões de nuvens que aparecem mais escuras nas imagens ópticas na realidade brilham mais no infravermelho, o que indica que essas regiões possuem pouca ou nenhuma nuvem em comparação com as áreas mais claras.
Uma das coisas mais chamativas que mostram as imagens é uma linha que se curvava ao redor da borda da famosa Grande Mancha Vermelha de Júpiter, resultante de uma tempestade permanente causada por fatores desconhecidos.
Porém, graças às novas imagens, é possível ver um infravermelho brilhante que coincide com uma sombra óptica, mostrando que a coloração marcava uma fenda profunda nas nuvens de redemoinho da tempestade
Os primeiros oito voos da sonda espacial de Júpiter da NASA, Juno, detectaram até 377 descargas elétricas, agrupadas ao redor das regiões polares do planeta.
Isso significa que em Júpiter ocorre o fenômeno oposto ao que acontece na Terra, onde as tempestades elétricas são mais comuns ao redor do equador, devido à forma com que o Sol aquece ambos os planetas: na Terra, o Sol gera correntes de convecção que impulsionam as tempestades nos trópicos enquanto em Júpiter, mais distante do Sol, o calor não atinge os polos, tornando-os mais tempestuosos.
Após analisar as imagens, os cientistas concluíram que os raios de Júpiter foram gerados em regiões com grandes torres convectivas de ar úmido sobre nuvens profundas de água, tanto congelada como líquida.
As regiões limpas em torno destas tempestades, provavelmente sejam resultado de uma queda de ar mais seco fora das células de convecção.
"Estes vórtices ciclônicos poderiam ser chaminés de energia interna, ajudando a liberar a energia interna através da convecção. Não ocorre em todas as partes, mas algo nestes ciclones parece facilitar a convecção", afirmou Michael Wong, astrônomo da Universidade da Califórnia, em Berkeley, citado pela Science Alert.