Cientistas do Departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins (EUA) defenderam, em artigo publicado em 9 de maio na página do Centro de Pesquisas do Coronavírus da universidade, que a imunidade de grupo não será alcançada em parte alguma durante o ano de 2020.
"Algumas pessoas creem erradamente que a imunidade de grupo poderia retardar rapidamente a propagação da COVID-19", afirmaram os cientistas, classificando a ideia de "falsa e perigosa".
"Para atingir a imunidade de grupo para a COVID-19, provavelmente 70% ou mais da população precisaria ficar imune", o que em termos norte-americanos significaria que 200 milhões de cidadãos teriam que ser infectados para se atingir esse patamar, escreve-se no artigo.
Isto significaria que, ao ritmo atual da pandemia, a imunidade de grupo só poderia ser alcançada, na melhor das hipóteses, em 2021.
Mas a manterem-se as atuais taxas de mortalidade diária, mais de meio milhão de norte-americanos já teriam morrido de COVID-19 até lá, escrevem os cientistas da Johns Hopkins.
No entanto, embora o número de pessoas infectadas exceda agora quatro milhões, estudos científicos indicam que apenas 2% a 5% da população de um país estaria infectada com o SARS-CoV-2, assinalam os cientistas.
Idêntica posição é partilhada pelo epidemiologista Eric Feigl-Ding, pesquisador de saúde pública de Harvard, em sua página no Twitter, que aponta o caminho a seguir:
"Concordo. Por favor, parem de sonhar com a imunidade de grupo. Só a vacina é um caminho seguro para a comunidade", escreveu Ding.