A explicação foi dada à Sputnik pela doutora em Ciências Biológicas e professora Ancha Baranova, da Escola de Biologia de Sistemas da Universidade George Mason (EUA).
Imunidade à COVID-19
"Temos pessoas que estiveram doentes, elas tiveram febre e tosse, mas não têm anticorpos para o coronavírus [esses pacientes são cerca de 7-8%]. Isso significa que elas se livraram da infecção com a ajuda de interferons [proteína produzida pelos leucócitos e fibroblastos] que são rapidamente produzidos no corpo humano em resposta ao vírus. Neste caso, os próprios interferons as trataram e não surgiram anticorpos, é por isso que esses doentes não têm imunidade à COVID-19", disse Baranova.
Segundo a bióloga, pessoas com uma grande quantidade de anticorpos e boa imunidade constituem o contrário desse grupo de pacientes. Esse grupo de pessoas também equivale a sete a oito por cento.
"Temos super-humanos que têm uma resposta imunitária tão poderosa que seus anticorpos podem ser usados para tratar outros pacientes com plasma convalescente, o que é feito", acrescentou Baranova.
A especialista observou que entre os dois grupos ficam os outros doentes que tiveram COVID-19. Eles desenvolvem imunidade ao coronavírus de força variável, mas pelo menos em 40% ela é bastante fraca. Em alguns pacientes, segundo Baranova, o nível de anticorpos, ou seja, de imunidade, cai acentuadamente em um mês, e é neste grupo de pacientes que surge o risco de reinfecção.
"Tudo isso é uma consequência do simples fato de que as pessoas são diferentes e passam peça doença de maneira diferente. Os cientistas descobriram que as pessoas mais velhas que sofreram de COVID-19 de forma severa são quem tem uma imunidade mais forte", complementou.
Como especificado pela bióloga, essa informação sobre como e quem forma imunidade à COVID-19 foi obtida por cientistas chineses durante um exame de 171 pacientes. Os estudos foram liderados pelo professor Fum Wu no Centro Médico de Xangai e em várias outras instituições científicas.