A declaração foi feita durante uma videoconferência. O chefe de Estado chegou a utilizar a palavra "guerra" para conclamar os empresários.
Bolsonaro e Doria, que foram aliados na campanha de 2018, tornaram-se desafetos com a epidemia do coronavírus.
"Um homem está decidindo o futuro de São Paulo. Está decidindo o futuro da economia do Brasil. Os senhores [empresários], com todo o respeito, têm que chamar o governador e jogar pesado, jogar pesado, porque a questão é séria. É guerra", disse o mandatário, segundo o portal G1.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, participou do encontro virtual, que teve como objetivo discutir a retomada da economia em meio à pandemia do novo coronavírus.
Presidente defende isolamento vertical
O presidente é contra as medidas de isolamento social que o governador vem adotando em São Paulo, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Bolsonaro teme que Doria decrete um lockdown no estado, endurecendo ainda mais as restrições à movimentação de pessoas e aos comércios.
Durante a videoconferência, o presidente disse que o Brasil deveria adotar o isolamento vertical, quando apenas grupos de risco para a COVID-19 são mantidos sob quarentena, o que não tem o aval da maioria dos especialistas. Bolsonaro disse que um "apagão total" em São Paulo seria "inimaginável".
'Pressionem os governadores'
O secretário de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten, que também participou do evento virtual, pediu para os empresários pressionarem governadores contra o isolamento, afirmando que a Presidência estava ao lado deles.
"Então, pressionem os governadores, pressionem os governos a quem de direito. A Presidência da República está com vocês. O presidente Bolsonaro trabalha para vocês. O governo trabalha para vocês, a Presidência, aqui em Brasília. Pressionem a quem de direito, por favor. A gente é voz solitária aqui. Paulo [Skaf], lidere isso por favor", disse Wajngarten.
Segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta quinta-feira (14), o Brasil registra até agora 202.918 casos do coronavírus e 13.993 mortes.