Apesar de aumento na demanda chinesa, Brasil não corre 'nenhum risco' de desabastecimento

© REUTERS / Ueslei MarcelinoTrabalhador inspeciona colheita de soja na cidade de Campos Limpos (foto de arquivo).
Trabalhador inspeciona colheita de soja na cidade de Campos Limpos (foto de arquivo). - Sputnik Brasil
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O aumento do apetite chinês por alimentos durante a pandemia de coronavírus não é uma ameaça para o Brasil, afirma o economista Hélio Sirimarco, vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

A Folha de S. Paulo noticiou que Pequim orientou as empresas locais de alimentos a aumentarem os estoques diante do cenário de crise mundial causada pelo coronavírus. Ainda de acordo com a publicação, soja, óleo de soja e milho (insumos importantes para a produção de ração animal) são os alimentos que devem ter seus estoques aumentados. 

Apenas de janeiro a abril de 2020, o Brasil já exportou US$ 11,49 bilhões em soja, cerca de R$ 65 bilhões. As cifras representam um aumento de 28,2% na comparação com igual período de 2019. Segundo dados do Ministério da Economia, o maior destino da soja brasileira no exterior em 2020 é a China, responsável por comprar 73,4% das exportações da commodity. Em 2019, a China também foi o maior destino da soja brasileira. 

Em entrevista à Sputnik Brasil, Sirimarco destaca que o Brasil não ficará desabastecido e faz um balanço do agronegócio durante a pandemia:

"A situação deve se manter equilibrada, houve uma redução de demanda em função do menor consumo de biodiesel, mas o setor de rações continua bastante ativo, o setor de exportação de carnes também tem batido recordes. A tendência é que fechemos a safra com um estoque não muito grande, mas suficiente para atender a demanda."

O vice-presidente da SNA destaca, contudo, que as vendas da soja brasileira devem sofrer um impacto por dois fatores: a perspectiva de uma safra "boa" dos Estados Unidos em 2020 e a implementação do acordo comercial entre China e Estados Unidos.

"Há um movimento das três estatais chinesas de começarem a aumentar o volume de compras dos Estados Unidos, não só de soja, mas de milho, para poder cumprir com a fase um do acordo comercial."
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