A origem do pagamento veio através de contrato do PSL nacional com o escritório de Victor Granado Alves. O contrato teve início em fevereiro de 2019, com duração de 13 meses e custo total de pelo menos R$ 500 mil, segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo.
O dinheiro, segundo o jornal, teria origem no fundo partidário e o contrato garantia serviços jurídicos a serem prestados pelo escritório de Victor Alves ao diretório do PSL no Rio de Janeiro. O contrato previa que os valores seriam pagos mensalmente em parcelas de R$ 40 mil.
Uma das sócias do escritório é assessora parlamentar no gabinete de Flávio Bolsonaro no Senado Federal, tendo sido contratada no mês seguinte ao início do contrato com o PSL.
O advogado Victor Alves foi citado pelo empresário Paulo Marinho como uma das pessoas envolvidas em vazamento de informações sobre um inquérito da Polícia Federal de 2018, envolvendo o gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).
Marinho realizou a denúncia em entrevista também à Folha de São Paulo, apontando que um delegado da Polícia Federal, supostamente partidário do então candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, teria adiantado informações sobre a operação Furna da Onça, que em 2018 revelou esquemas de corrupção na ALERJ.
O informante teria se encontrado com Victor Alves, o coronel Miguel Braga, chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro no Senado, e Valdenice Oliveira Meliga, ex-tesoureira do PSL do Rio de Janeiro.
O vazamento, segundo Marinho, foi feito entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais naquele ano. O delegado que vazou as informações teria também afirmado que a operação seria adiada para não atrapalhar a candidatura de Bolsonaro.
O empresário Paulo Marinho será ouvido pela Polícia Federal, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) em um inquérito junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga suposta interferência na Polícia Federal feita pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. A denúncia foi realizada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que deixou o cargo acusando Bolsonaro de irregularidades.