Desta forma, apesar do acordo de paz assinado entre os EUA e o Talibã (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países) em Doha no início do ano, este apresentou pouco efeito na redução do número de civis mortos no país.
No primeiro trimestre de 2019, 604 civis afegãos morreram como resultado da violência no país. Já entre 1° de janeiro e 31 de março de 2020, tal número caiu para 533.
Analisando melhor os dados de mortos no primeiro trimestre de 2020, a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA, na sigla em inglês) publicou relatório que classificou as perdas de civis entre vítimas de grupos antigovernamentais e das forças de segurança do país.
Os grupos antigovernamentais foram responsáveis por 55% das mortes em geral, ou seja, 282 pessoas, além de terem ferido outras 428. Deste número, 39% foi atribuído ao Talibã, 13% ao Daesh-Khorasan (grupo terrorista proibido na Rússia e em outros países e que atua principalmente na província afegã de Khorasan) e o restante a outros grupos armados.
O relatório também apontou que após a assinatura do acordo, o número de civis mortos pelo Talibã cresceu especialmente em março de 2020 se comparado com o mesmo mês em 2019.
Apesar dos dados preocupantes, a missão da ONU afirmou que os mesmos poderão ser revisados. No entanto, o quadro geral foi considerado preocupante pela organização.