'Império em declínio': EUA negam colapso econômico futuro no palco mundial, diz especialista

© REUTERS / Carlo AllegriO Touro de Wall Street em Nova York
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Na opinião de um professor norte-americano, os déficits fiscais do governo dos EUA são benéficos para os ricos, que ganham cada vez mais dinheiro para tornar o resto do país dependente deles.

Os EUA estão vivendo uma ilusão sendo financiados pelo bloco de ricos com fortunas cada vez maiores, disse na terça-feira (19) um especialista à Sputnik Internacional.

Richard Wolff, professor emérito de economia da Universidade de Massachusetts, em Amherst, discutiu a economia dos Estados Unidos e falou da dívida do país, que está engordando.

"Somente na América existe alguma ambiguidade" sobre se os EUA "perderam ou não seu poder econômico global", argumentou Wolff. "Todo mundo vê isso, e é isso que Trump representa para o resto do mundo: a flacidez em torno de um império em declínio."

"Isto é um sinal para todos de que algo está errado", disse ele. "[Se é errado] por si só? Não, mas em conjunto com outros sinais é muito perigoso estar contraindo dívidas do jeito que estamos neste país, neste momento."

O professor argumentou que, ao invés disso, o governo norte-americano deveria tributar os indivíduos ricos e as grandes corporações a um grau mais elevado. "Se o governo fizesse isso, não teria que pedir emprestado", argumentou ele.

© REUTERS / Lucas JacksonUm grupo de pedestres caminha pela Times Square, Nova York, em meio ao surto da doença do coronavírus
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Um grupo de pedestres caminha pela Times Square, Nova York, em meio ao surto da doença do coronavírus

O economista explicou que quando indivíduos ricos e grandes corporações não são tributados adequadamente ou recebem grandes cortes de impostos, como os concedidos por uma lei do Partido Republicano em dezembro de 2017, eles então pegam o dinheiro que economizaram e "emprestam-no ao mesmo governo", que tem que pagá-lo de volta com juros.

Déficits correntes podem ser bons para os ricos, afirmou, mas "isso é terrível para a economia como um todo".

Wolff destacou que este tipo de comportamento que beneficia os ricos em detrimento da economia "é típico dos finais de um império, e é o tipo de comportamento que acaba mordendo os ricos e as corporações onde mais dói, por que sua ganância os levou para além de uma situação razoável".

Situação com a China

O professor também destacou que a República Popular da China é atualmente o maior credor dos EUA. Isso significa que uma parcela dos impostos pagos ao governo federal por cidadãos norte-americanos é enviada à China para cobrir dívidas de Washington.

"O mesmo governo que é atacado por Trump e pela maioria dos republicanos e democratas, como um esporte político diário, é financiado por essas mesmas pessoas, e tem sido durante décadas", apontou Richard Wolff.

No entanto, quando Trump foi perguntado em 30 de abril se ele cancelaria as obrigações de Washington com Pequim como medida de retaliação por seu suposto fracasso em conter o novo coronavírus dentro da cidade de Wuhan, ele considerou em vez disso a ideia de colocar novas tarifas à China.

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