Uma equipe de cientistas da China examinou um caso de dois estudantes chineses que voltaram do exterior em 19 e 20 de março e foram postos em quarentena em um hotel sem exibirem sintomas da COVID-19, chegando à conclusão que espalharam o novo coronavírus em diferentes superfícies da instalação.
Segundo o estudo publicado na revista Emerging Infectious Diseases do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA, os pacientes foram testados no segundo dia de quarentena e deram positivo, sendo internados em um hospital.
Três horas depois, os pesquisadores examinaram o hotel, que não tinha mais nenhum hóspede depois de estar encerrado por causa do coronavírus entre 24 de janeiro e 18 de março.
Os cientistas encontraram oito amostras com presença do SARS-CoV-2 em 22 amostras recolhidas no total em diferentes partes do edifício. O estudo "demonstra extensa contaminação ambiental de RNA do SARS-CoV-2 em um tempo relativamente curto [menos de 24 horas]", dizem.
"Utilizamos um aplicador de ponta de poliéster estéril, pré-umedecido em meio de transporte viral, para recolher amostras de superfícies da maçaneta da porta, interruptor de luz, torneira, termômetro, controle remoto de televisão, fronha de almofada, capa de edredom, lençol, toalha, maçaneta da porta do banheiro, assento da privada e botão de descarga", escreveram os autores do estudo.
Os cientistas chineses confirmaram as precauções previamente dadas por autoridades de saúde do mundo inteiro em tomar medidas de precaução, incluindo não agitar a roupa de cama e limpar e secar completamente itens lavados para evitar maior propagação.
"Nossos dados [...] reafirmam o papel potencial da contaminação de superfícies na transmissão do SARS-CoV-2 e a importância de práticas rigorosas de higiene das superfícies, incluindo em relação à roupa de cama dos pacientes com SARS-CoV-2", concluiu o relatório do estudo.