Até o momento, 25 indígenas morreram na floresta tropical enquanto o surto penetra lentamente em aldeias remotas, mas mais de 100 foram mortos pelo vírus em áreas urbanas, informaram autoridades de saúde e grupos indígenas.
"Eu tenho medo de um genocídio", disse Arthur Virgilio Neto, prefeito de Manaus, cidade de dois milhões de habitantes e capital do Amazonas, em um vídeo postado na mídia social na terça-feira (19).
O prefeito explicou que o governo Bolsonaro não estava preocupado com a situação dos povos indígenas e não fez nada para salvar vidas ameaçadas pelo surto.
"É um crime contra a humanidade o que eles estão fazendo aqui no meu estado do Amazonas, na minha região", prosseguiu.
O gabinete de Bolsonaro não respondeu aos pedidos de comentário.
Os cuidados com a saúde dos povos indígenas são de responsabilidade do Ministério da Saúde e de seu serviço de saúde indígena Sesai, que não trata membros de uma tribo que migraram para longe de suas terras ancestrais.
Especialistas em saúde dizem que o surto que começou nas cidades agora está se espalhando para áreas isoladas, onde a população não tem acesso a cuidados intensivos de saúde.
Autoridades da Organização Pan-Americana da Saúde declararam em uma entrevista virtual na terça-feira (19) que estavam particularmente preocupadas com o contágio na região da fronteira da Amazônia entre Colômbia, Peru e Brasil.