Donald Trump tem enfrentado críticas generalizadas pelo que foi visto como uma resposta lenta à pandemia e atrasos na mobilização eficiente dos testes para COVID-19 em todo o país, o que foi dificultado pela falta de disponibilidade de equipamentos e suprimentos cruciais.
O presidente norte-americano afirmou durante a primeira reunião do gabinete na Casa Branca desde o surto da COVID-19 nos EUA, na terça-feira (19), que era "um distintivo de honra" o país ter o maior número de casos confirmados de coronavírus no mundo.
"A propósito, você sabe quando você diz que nós lideramos nos casos, isso é porque temos mais testes do que o resto do mundo. Então, quando temos muitos casos, eu não vejo isso como uma coisa ruim, eu vejo isso como, de certa forma, como sendo uma coisa boa, porque significa que nossos testes são muito melhores", disse Trump.
O presidente dos EUA, que estava respondendo a uma pergunta de repórteres sobre se ele estava introduzindo uma proibição de viagens contra Brasil principalmente devido ao aumento de casos de COVID-19 lá, acrescentou:
"Então eu vejo isso como um distintivo de honra. Realmente, é um distintivo de honra. É uma grande homenagem aos testes e a todo o trabalho que muitos profissionais têm feito."
Combate ao coronavírus
Os membros do gabinete norte-americano saudaram os esforços do presidente em lidar com a pandemia da COVID-19, com o vice-presidente Mike Pence, que tem liderado a força-tarefa para coronavírus, anunciando que todos os 50 estados americanos abriram parcialmente suas economias.
O povo americano "está respirando ar livre e fazendo isso com responsabilidade", afirmou Pence, citado pela emissora CNN.
Um tweet do Comitê Nacional Democrata chamou 1,5 milhão de casos de COVID-19 de "completo fracasso da liderança" por parte do presidente.
As taxas de testes para coronavírus e o tratamento inicial da pandemia por parte da administração presidencial nos EUA têm sido criticados.
No final de abril, Trump afirmou em um briefing da força-tarefa da Casa Branca para coronavírus que as críticas à capacidade de testes do país para a COVID-19 eram "partidárias", acrescentando que "estamos lidando com política, estamos lidando com uma coisa chamada 3 de novembro, é chamada de eleição presidencial".
O presidente dos EUA atribuiu nesse mês responsabilidade aos estados.
The States have to step up their TESTING!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) April 17, 2020
Os estados têm que intensificar seus TESTES!
Até 19 de maio, os EUA haviam realizado 12,6 milhões de testes para coronavírus. Entre 300 mil e 400 mil testes foram realizados diariamente nos EUA na última semana, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
Estatísticas para os EUA
Atualmente, os Estados Unidos têm mais de 1,5 milhão de casos registrados de coronavírus, com o número de mortes em torno de 92 mil, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.
Segundo Our World in Data, uma publicação científica baseada na Universidade de Oxford, Reino Unido, os EUA realizaram mais testes para a nova doença respiratória, por volume, do que qualquer outro país. No entanto, isto não é verdade em uma base per capita.
Os EUA estão na 38ª posição mundial em termos de testes por um milhão de pessoas, de acordo com o portal Worldometer. Isso os coloca à frente da Alemanha ou Coreia do Sul, mas atrás de Espanha, Portugal, Rússia, Itália ou Reino Unido.