No dia 13 de maio deste ano, o Departamento de Estado dos EUA notificou o Congresso norte-americano com uma declaração designando Irã, Coreia do Norte, Síria, Venezuela e Cuba como países que "não haviam cooperado totalmente" com Washington na luta contra o terrorismo ao longo de 2019.
A notificação implica em uma proibição de vendas e licença de artigos de Defesa para o país e aproxima a possibilidade de inclusão na lista de países patrocinadores do terrorismo.
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, rechaçou a medida imposta pelos norte-americanos, afirmando que os EUA escondem seu histórico de terrorismo de Estado contra Cuba e também de impunidade em relação a grupos violentos em seu território.
No dia seguinte à nota do Departamento de Estado, a agência Reuters obteve informações de fontes da Casa Branca de que os EUA possivelmente planejam reconduzir Cuba à sua lista de Estados patrocinadores do terrorismo no final deste ano. Cuba já esteve na lista, mas o país foi retirado do documento em 2015 durante a gestão do ex-presidente Barack Obama.
Nesta quinta-feira (21), a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, criticou a possível medida dos EUA.
"Como parte do aumento da pressão cínica sobre Havana que continua mesmo durante o período da ameaça geral da pandemia, Washington decidiu devolver Cuba à sua lista de Estados patrocinadores do terrorismo. Isso é, obviamente, uma iniciativa absurda, rebuscada e fortemente negativa, que contrasta com o espírito de solidariedade e apoio prestado a Cuba pela grande maioria dos Estados da região e por outros membros da comunidade internacional, principalmente em termos de superação do bloqueio dos EUA", disse Zakharova em um comunicado oficial.
Zakharova também criticou Washington pela falta de reação oficial ao recente ataque à embaixada cubana em Washington, que, em suas palavras, constituiu "um ataque terrorista em sua essência". O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, também já havia feito críticas a esse respeito.
O ataque ocorreu no final de abril deste ano, quando um homem abriu fogo contra a Embaixada de Cuba em Washington utilizando um rifle de assalto. O Serviço Secreto dos EUA disse à Sputnik que o homem foi preso "por possuir uma arma de fogo não registrada, além de munição não registrada, agressão com a intenção de matar e posse de um dispositivo de alta capacidade", acrescentando que ninguém ficou ferido no ataque e que uma investigação foi aberta.
Atualmente, a lista de Estados patrocinadores do terrorismo elaborada pelos EUA tem quatro países: Irã, Coreia do Norte, Sudão e Síria.