O campo magnético da Terra perdeu aproximadamente 9% de força nos últimos 200 anos, informa a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).
A área onde foi registrada a menor intensidade é a chamada Anomalia do Atlântico Sul, que cobre uma grande parte da América do Sul, estendendo-se até a África do Sul.
Entre 1970 e 2020, a intensidade mínima do campo magnético caiu nessa zona de aproximadamente 24.000 a 22.000 nanoteslas, indica a agência.
Ao mesmo tempo, é ressaltado que a área está se movendo para o oeste a uma velocidade de 20 quilômetros ao ano, além de estar crescendo.
Devido à expansão do fenômeno, surgiu um segundo centro de intensidade mínima nos últimos cinco anos, localizado no sudeste da África. Agora, os cientistas acreditam que a Anomalia possa estar se dividindo em dois centros.
Alpha, Bravo & Charlie report to duty!
— ESA EarthObservation (@ESA_EO) May 22, 2020
The @esa #SwarmMission trio has been keeping an eye on our magnetic field since 2013. Recently its data were used to understand the evolution of the South Atlantic Anomaly.
📹South Atlantic Anomaly impact radiation https://t.co/ooq7dd8Y4a pic.twitter.com/XvfDArwscn
Alpha, Bravo e Charlie ao dever! A missão Swarm da ESA manteve o olho em nosso campo magnético desde 2013. Recentemente, seus dados foram usados na compreensão da evolução da Anomalia do Atlântico Sul. Impacto da radiação na Anomalia do Atlântico Sul.
O campo magnético defende nosso planeta do fluxo de partículas eletricamente carregadas e provenientes do espaço, ou seja, sem o campo magnético morreríamos por conta da radiação.
Um estudo de 2019 estimou que há 565 milhões de anos, a magnetosfera esteve a ponto de desaparecer, o que pôde ter resultado na extinção da vida na Terra.
A Anomalia do Atlântico Sul não representa perigo a nível superficial. A única maneira em que pode danificar os humanos é se provocar falhas técnicas nos satélites e outras aeronaves que sobrevoam na zona da órbita terrestre baixa, assegura ESA.
O enfraquecimento do magnetismo está dentro dos limites de flutuações normais. Desta maneira, não deve ser considerado o sinal de uma próxima reversão do campo magnético, fenômeno que ocorre a cada 250 mil anos, privando temporariamente a Terra de proteção contra o vento solar.
"O novo mínimo oriental da Anomalia do Atlântico Sul leva uma década para ser formado, mesmo em um ritmo acelerado [...] O desafio agora é entender os processos que estas mudanças provocam no núcleo terrestre", cita o comunicado da ESA.