Em reunião com muitos palavrões e ataques a instituições, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, declarou em determinado momento que "por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF".
"Tudo lamentável, ante a falta de urbanidade. Fiquei perplexo. O povo não quer 'circo'. Quer saúde, emprego e educação", disse Marco Aurélio em entrevista ao Estadão.
"Fosse o presidente [da República], teria um gesto de temperança. Instaria o Ministro da Educação a pedir o boné. Quem sabe?", completou.
O ministro do STF, Celso de Mello, levantou o sigilo do vídeo da reunião e informou aos colegas ministros sobre os ataques de Weintraub para que eles pudessem adotar medidas que considerassem pertinentes, caso queiram.
O ministro Marco Aurélio, por sua vez, disse à reportagem que não pretende tomar nenhuma medida contra o ministro da Educação.
"De forma alguma. Não sou vagabundo. A carapuça passou longe", afirmou Marco Aurélio.
Ao comentar se as falas da reunião ministerial representam uma ameaça à democracia do país, Marco Aurélio disse: "A resposta é desenganadamente negativa. Não vejo. Não há espaço para retrocesso".