Uma breve gravação, compartilhada pela Frota do Pacífico dos EUA, mostra disparo de canhão a laser, oficialmente chamado de demonstrador de sistemas de armas a laser (LWSD, na sigla em inglês), que tinge com uma luz vermelha tudo ao redor. Momentos depois surgem imagens do que parece ser um drone em chamas.
Contudo, o especialista militar russo Konstantin Sivkov se mostrou cético sobre a eficiência da arma a laser.
"O uso de armas a laser modernas requer condições climáticas ideais que são extremamente raras no mar. Por essa razão, as capacidades de armas a laser em uma guerra marítima hoje em dia são extremamente limitadas", afirmou à Sputnik o especialista em ciências militares e presidente da Academia de Assuntos Geopolíticos, Konstantin Sivkov.
De acordo com o especialista militar, a filmagem foi feita "em condições climáticas em que a transparência do ar é praticamente ideal, sendo apenas nestas condições possível derrubar um drone".
"São precisas muitas condições para que o uso de armas a laser seja eficaz. Uma ligeira névoa irá reduzir em várias vezes a eficiência do raio emitido. Além disso, é necessária uma ausência total de ondas, para evitar que os salpicos de água dissipem o raio. Estas condições ideais são muito raras no mar, especialmente nos mares setentrionais", explicou especialista.
"Como arma para destruir alvos aéreos, sistemas a laser não podem ser considerados eficazes", ponderou Sivkov.
Além disso, cientista militar adiantou que o raio ficou apontado contra o drone durante muito tempo, o que significa que tem pouca eficiência energética, ou seja, "para abater um alvo mais complexo como um míssil balístico, seria necessário manter o raio por várias dezenas de segundos, o que é tecnologicamente muito difícil. Durante este tempo, [o míssil] percorreria várias dezenas de quilômetros e um radar moderno pode detectá-lo não antes de 10 a 15 km de distância".
Atualmente, lasers de combate podem ser usados para desativar sistemas optoeletrônicos de várias armas.
"Os sistemas de armas a laser russos Peresvet, que entraram em serviço em 2019, não foram desenvolvidos para destruir alvos aéreos, mas são capazes de cegar o sistema optoeletrônico de vários complexos de armas incluindo helicópteros, aviões e satélites", concluiu especialista.