O ministro comparou a operação ordenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a chamada Noite dos Cristais, que marcou o início a perseguição sistemática dos nazistas aos judeus na Alemanha nos anos 1930.
Hoje foi o dia da infâmia, VERGONHA NACIONAL, e será lembrado como a Noite dos Cristais brasileira. Profanaram nossos lares e estão nos sufocando. Sabem o que a grande imprensa oligarca/socialista dirá? SIEG HEIL! pic.twitter.com/8rIGUbRSIM
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) May 27, 2020
A nota da embaixada feita através do Twitter diz que usar elementos do holocausto no discurso político "banaliza sua memória e a tragédia do povo judeu".
Houve um aumento da frequência de uso do Holocausto no discurso público, que de forma não intencional banaliza sua memória e a tragédia do povo judeu. Pela amizade forte de 72 anos entre nossos países, pedimos que a questão do Holocausto fique à margem da política e ideologias. pic.twitter.com/MbS0dUi1FH
— Israel no Brasil (@IsraelinBrazil) May 28, 2020
Pouco antes, o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Alon Lavi, escreveu também no Twitter que o holocausto "jamais poderá ser comparado com qualquer realidade política no mundo".
O Holocausto, a maior tragédia da história moderna, onde 6 milhões de judeus, homens, mulheres, idosos e crianças foram sistematicamente assassinados pela barbárie nazista, é sem precedentes. Esse episódio jamais poderá ser comparado com qualquer realidade política no mundo.
— Alon Lavi 🇮🇱 (@Alon_Lavi_) May 28, 2020
Esta é a primeira vez que o corpo diplomático de Israel critica o governo Bolsonaro, aliado do país. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, veio ao Brasil para participar da posse do presidente brasileiro em 2019.
Israel também foi um dos primeiros países visitados por Bolsonaro após assumir a presidência.
Na terça-feira (28), o ministro do STF Alexandre de Moraes, também responsável pelo inquérito das fake news, deu cinco dias para Weintraub depor à Polícia Federal sobre sua declaração durante a reunião ministerial de 22 de abril, cuja gravação foi divulgada por ordem do STF na semana passada.
Na ocasião, Weintraub disse que, por ele, colocava "esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF".