Operação determinada pelo STF fortalecerá a CPMI das fake news, diz cientista político

© Folhapress / Código 19/Ernani OgataMovimentação de veículos, apoiadores do ex-ministro Sergio Moro e do presidente Jair Bolsonaro concentrados em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba-PR, no dia 2 de maio de 2020, quando o ex-juiz Sergio Moro foi ouvido na condição de testemunha sobre as acusações de que Bolsonaro teria tentado interferir no trabalho da Polícia Federal.
Movimentação de veículos, apoiadores do ex-ministro Sergio Moro e do presidente Jair Bolsonaro concentrados em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba-PR, no dia 2 de maio de 2020, quando o ex-juiz Sergio Moro foi ouvido na condição de testemunha sobre as acusações de que Bolsonaro teria tentado interferir no trabalho da Polícia Federal. - Sputnik Brasil
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A operação da Polícia Federal (STF), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), trará mais fôlego aos trabalhos da CPMI das fake news, avalia cientista político ouvido pela Sputnik Brasil.

Na quarta-feira (27), Moraes determinou ações contra blogueiros, políticos e empresários ligados ao que o ministro do Supremo chamou de "gabinete do ódio". Foram determinados 29 mandatos de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal. 

Os empresários Luciano Hang, Edgard Corona, Otávio Fakhoury e o humorista Rey Bianchi tiveram o sigilo bancário e fiscal quebrados por ordem do ministro do Supremo por conta da suspeita de estarem financiando um esquema de notícias falsas

"Assim que puder voltar a trabalhar, a CPI das fake news se fortalece dentro desse contexto da operação autorizada por Alexandre de Moraes", afirma o cientista político e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Ricardo Ismael.

Antes de bater na porta de nomes ligados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a PF apreendeu o celular e computador do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). A "Operação Placebo" tem como objetivo investigar possíveis desvios de recursos públicos destinados ao combate à pandemia de coronavírus. 

Ismael não acredita que a PF tenha atuado de forma partidária para beneficiar Bolsonaro, hipótese levantada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro ao pedir demissão. O professor da PUC-Rio ressalta que a operação foi realizada após autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e denúncia do Ministério Público Federal (MPF). 

"A repercussão eleitoral disso ainda é difícil mensurar, mas é evidente que, no caso do governador do Rio, Wilson Witzel, tem aí uma ação que termina atingindo um adversário do Bolsonaro. Ou seja, nos últimos tempos, principalmente agora durante a pandemia, houve sempre uma posição muito contrária do governador do Rio em relação ao Bolsonaro. Bom, o enfraquecimento político dele pode, de alguma maneira, favorecer Bolsonaro na cidade do Rio de Janeiro, a gente vai ver isso nas eleições municipais desse ano", diz Ismael. 
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