O desemprego subiu para 12,6%, um aumento de 1,4% em relação ao trimestre anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE).
"Um indicador que reflete os efeitos da pandemia da COVID-19 no mercado de trabalho - a população ativa - registrou uma queda recorde de 5,2% em relação ao trimestre encerrado em janeiro, representando a perda de 4,9 milhões de empregos", informou o instituto em comunicado.
O setor mais atingido foi o comércio, que sofreu uma perda de 1,2 milhão de empregos. O setor de construção perdeu 885 mil empregos durante a paralisação e os serviços domésticos também foram gravemente atingidos, com 727 mil pessoas perdendo seus empregos.
O instituto destacou que quase 13 milhões de pessoas estão procurando trabalho no país, mas notou outros cinco milhões de pessoas sem trabalho que desistiram de procurar emprego durante o último trimestre.
"São pessoas que, por exemplo, não estão mais procurando emprego porque não possuem qualificações suficientes, porque são consideradas jovens ou velhas demais ou porque não há trabalho para elas na localidade", segundo Adriana Beringuy, analista do IBGE. "Esta categoria aumentou muito."
Dezenas de milhões de brasileiros estão confinados em casa desde o final de março como parte de medidas para conter a disseminação do novo coronavírus.
Especialistas internacionais em saúde expressaram preocupação esta semana que o surto ainda esteja se acelerando no Brasil. O país agora tem mais de 411 mil casos confirmados, perdendo apenas para os Estados Unidos.
O número oficial de mortos pelo novo coronavírus no Brasil ultrapassou 25 mil na quarta-feira (27), com o país de 210 milhões emergindo como o novo epicentro da pandemia global.
As perspectivas econômicas são sombrias. O governo do presidente Jair Bolsonaro prevê uma queda de 4,7% no PIB este ano, o que representaria a pior recessão nos tempos modernos.