A informação foi publicada no relatório do Atlas da Mata Atlântica, divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A cifra de 27,2% corresponde a um total de 14.502 hectares e o estado de Minas Gerais lidera a lista do desmatamento desse bioma, registrando uma perda de quase 5.000 hectares de floresta nativa. Bahia ocupa o segundo lugar, com 3.532 hectares, seguida pelo Paraná, com 2.767 hectares.
Os três líderes do ranking registraram aumento de desflorestamento de 47%, 78% e 35%, na comparação com o período anterior. Segundo o estudo, Piauí somou 1.558 hectares desmatados (26% a mais) e Santa Catarina 710 hectares, 22% a mais, comparando com o período anterior.
"O fato é preocupante, já que restam apenas 12,4% da Mata Atlântica, o bioma que mais perdeu floresta no país até hoje", disse o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, citado pela Agência Brasil.
"Observamos vários desmatamentos em áreas interioranas e nos limites da Mata Atlântica, como no Cerrado em Minas Gerais, na Bahia e no Piauí, além de regiões com araucárias no Paraná. Como são áreas já mapeadas anteriormente, os desmatamentos poderiam ter sido evitados com maior ação do poder público. É lamentável que sigam destruindo nossas florestas naturais, ano após ano", acrescentou a diretora executiva da SOS Mata Atlântica e coordenadora geral do Atlas, Marcia Hirota.
Por outro lado, o Atlas mostra que estados como Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro não desmataram e dois estados conseguiram zerar os desmatamentos acima de três hectares (Alagoas e Rio Grande do Norte).