Um recente estudo, publicado na revista PLOS ONE, indica que é provável que os alossauros, grandes predadores do Jurássico, também eram carniceiros e canibais em tempos de escassez.
Não é fácil encontrar marcas de dentes de dinossauros carnívoros deixados em ossos fossilizados há 150 milhões de anos, porém a pedreira Mygatt-Moore, no estado norte-americano do Colorado, parece ser uma exceção.
Pesquisadores da Universidade de Tennessee em Knoxville descobriram que quase 29% dos 2.368 ossos examinados na pedreira tinham marcas de mordidas.
Após a análise dos danos deixados pelas serrações mortíferas dos dentes dos dinossauros, cientistas deduziram que grande parte das mordidas foi feita por alossauros cuja população era numerosa na zona.
Enquanto a maioria das marcas apareceu nos ossos de dinossauros herbívoros, aproximadamente 17% foram encontradas em fósseis de outras espécies carnívoras.
There are just so many bite marks on these #bones, it's bonkers. Some were on meaty bits (like ribs and long bones), but others were on parts without much in the way of associated soft tissues (like toes).#DinosEatingDinos #taphonomy #dinosaurs pic.twitter.com/PydJzGMxlM
— Stephanie Drumheller (@UglyFossils) May 27, 2020
Há tantas marcas de mordidas nestes ossos. Alguns estavam em pedaços carnudos (costelas e ossos longos), mas outras marcas estavam em partes sem muitos tecidos moles (como os dedos dos pés).
Autores do estudo sugerem que esta descoberta incomum é resultado de um ambiente circundante antigo onde carcaças eram enterradas lentamente, o que dava tempo suficiente para que os carniceiros as encontrassem. Isso provavelmente explica que os predadores viveram em um ecossistema com escassez de alimentos.
"Aparentemente, grandes terópodes, como alossauros, não eram muito exigentes, especialmente se o ambiente circundante já era limitado. A busca por carniça e o canibalismo estavam definitivamente entre as opções [para sobrevivência]", comenta Stephanie Drumheller, autora principal do estudo.
