O prazo anterior expiraria na terça-feira (2), mas agora a Argentina tentará "introduzir ajustes adicionais com o objetivo de maximizar o apoio ao investidor, preservando ao mesmo tempo seu objetivo [da Argentina] de uma dívida sustentável", disse um comunicado oficial.
"A Argentina e seus consultores pretendem aproveitar essa extensão para continuar as discussões e permitir que os investidores continuem contribuindo para uma reestruturação bem-sucedida da dívida", acrescentou a nota.
A notícia chega apenas 10 dias depois que a Argentina deixou de pagar US$ 500 milhões (R$ 2,68 bilhões) em juros sobre sua dívida.
Embora a Argentina seja uma das líderes mundiais em exportação de alimentos, foi a nona inadimplência do país e a primeira desde 2001, quando devia US$ 100 bilhões (R$ 536,33 bilhões) provocando uma dolorosa crise social e econômica.
Na segunda-feira (1º), o Fundo Monetário Internacional (FMI) apoiou uma proposta revisada do governo argentino. A Argentina esteve envolvida em meses de duras negociações com credores, mas o FMI alertou que o governo tem pouco espaço para uma oferta melhor.
A oferta revisada da Argentina apresentada aos credores na semana passada "seria consistente com a restauração da sustentabilidade da dívida com alta probabilidade", afirmou o FMI em comunicado.
No entanto, a entidade afirmou que "a análise sugere que há apenas um escopo limitado para aumentar os pagamentos aos credores privados, enquanto ainda cumprimos as metas de dívida e serviço da dívida".
A Argentina declarou que uma negociação bem-sucedida "estabilizaria a economia, aliviando as restrições de médio e longo prazo" sobre a economia, "permitindo assim que a trajetória econômica do país fosse redirecionada para o crescimento a longo prazo".
Em abril, a Argentina solicitou aos detentores de títulos um período de carência de três anos no pagamento da dívida, uma redução de 62% nos juros no valor de US$ 37,9 bilhões (R$ 203,26 bilhões) e 5,4% no capital - ou US$ 3,6 bilhões (R$ 19,3 bilhões).
Isso foi rejeitado pela maioria dos credores, mas a proposta revisada implicava termos um pouco mais favoráveis, oferecendo credores na região de 45 centavos por dólar.
O país sul-americano em crise, que está em recessão há dois anos, atualmente deve US$ 324 bilhões (R$ 1,73 trilhão), o equivalente a cerca de 90% de seu PIB. Além disso, cerca de 35% de seus 44 milhões de pessoas vivem na pobreza.
A pandemia do novo coronavírus provocou uma queda de 11,5% na economia em março em comparação com o mesmo período do ano passado.